Desmatamento na Amazônia diminui 22,3% e chega a 9 mil km²
O desmatamento na Amazônia caiu 22,3% entre 1º de agosto de 2022 e 31 de julho de 2023, em comparação com os 12 meses anteriores, atingindo a marca de 9.001 km². É a menor taxa desde 2019.
Por Daniele Bragança/O Eco
No período anterior (agosto de 2019 a julho de 2022), o corte raso da floresta foi de 11.594 km². A estimativa, divulgada na tarde desta quinta-feira (09), é fruto do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Em termos comparativos, é como se um pouco mais de seis cidades de São Paulo tivessem sido derrubadas entre agosto de 2022 a julho de 2023. No mesmo período do ano anterior, o país perdeu sete cidades e meia de São Paulo.
O governo comemorou.
O anúncio foi feito durante coletiva realizada no Palácio do Planalto. Participaram da coletiva as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Luciana Santos, de Ciência, Tecnologia e Inovação, além do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A coletiva, que durou uma hora, celebrou não apenas a queda do desmatamento em um momento de forte seca na Amazônia, que sofre com queimadas, como o retorno do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que havia sido abandonado durante o governo Bolsonaro e retomou com força agora em 2023.
No começo do ano, integrantes do Ministério do Meio Ambiente e a própria ministra Marina Silva consideravam que uma queda no desmatamento já no primeiro ano era uma meta irrealista, pois políticas públicas demoram um tempo para surtir efeito. Com foco em estruturar políticas no macro e com fiscais em campo para promover comando e controle, o resultado veio mais rápido do que o esperado.
A ministra Marina Silva agradeceu nominalmente o Ibama, o ICMBio, a Polícia Federal e a Força Nacional, que passaram o ano em operações, pelos resultados alcançados. No total, houve aumento de 104% nos autos de infração por crimes contra a flora, 31% dos embargos, a destruição de equipamentos usados em ilícitos subiu 41%.
“Por trás disso [da queda do desmatamento] tem a decisão política do presidente Lula pelo desmatamento zero, por trás disso tem a decisão política de que o Plano [PPCDam] é a política transversal, e por trás disso tem uma ação integrada do governo para poder alcançar esse resultado”, disse Marina.
Daniele Bragança – Repórter. Fonte: O Eco. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.