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Água em movimento, a nossa água de beber…

Água em movimento, a nossa água de beber…

Por Gustavo Dourado

A água em movimento
A nossa água de beber
Água cristalina na fonte
O amorágua faz correr
Água pura e cristalina
Água de noite-amanhecer

Usar a água sem abuso
Saber a água preservar
Fontes, nascentes, riachos
Nossos rios formam o mar
Preserve a mãe natureza
Conjugue o verbo aguar

Água – Mulher, mulherágua
Para viver tem que aguar
Terrágua, Planeterrágua
Fogo, terra, água e ar
Água germina a vida
Água faz a vida brotar

Educação para água
Água a nos educar
Água que irriga a terra
Que umedece o ar
Água amolece a pedra
Água que nos faz sonhar

Água é vida, consciência
A flor da vivacidade
A água irriga o ser
Lacrimeja a saudade
Água que a gente bebe
Água nos dá a vitalidade

Água de beber, água viva
Nossas Águas Emendadas
Águas Claras, Águas Lindas
Rios, bacias, enseadas
A água que nos habita
Umedece as jornadas

Água é fonte de vida
Da nascente ao vertedouro
Do filete à densa foz
Água reluz feito ouro
Sem água vira deserto
Água é nosso tesouro

Aguarte é sabedoria
Águagoraqui e além
Com água a gente vive
Assim seja sempre amém
Aguave que voa e vai
Na chuva que vai e vem

Aguaceiro, aguardente
Que molha e enlouquece
Água da cana caiana
A garapa que arrefece
Água que liquidifica
Que refrigera e aquece

Água aviva a natureza
Da caatinga e do cerrado
Sem água a gente morre
Sofre o povo pena o gado´
Água que nos alimenta
Gota dágua em alto brado

Água da esperança
Água dos mananciais
Dos aquíferos, aguadas
Água para os animais
Água que irriga o solo
Que dá vida aos vegetais

Água que brota a vida
Germina a consciência
Equilibra o pensamento
Facilita a convivência
Faz o solo florescer
É raiz da nossa essência

Plantas, árvores, vegetais
Da água se alimentam
Os minerais da estrutura
Na água se ambientam
Frio, calor, luz, energia
Na água se ambientam

Viva a água no cerrado
A flor de Cora Coralina
A poesia é luz aquosa
A natureza é a mina
Pulsa sonho, águamor
De alquimagia feminina

Da terra brota água viva
Que a calliandra germina
O amor em prosa e verso
Reflete na alma fina
A água brota na fonte
Na imensidão planaltina

A água gera o ambiente
Luzes da multiplicidade
A educação para a água
Irriga a diversidade
A água umedece o ser
Transmuta-se em liberdade

Aguar a terra, apagar o fogo
Umedecer almas – corações
Molhar a secura dos desertos
Dissolver tantas contradições
Preservar a vida mãe-natureza 
No espaço-tempo das cosmovisões 

Água foto Chico Santanna 1Foto: Chico Sant´Anna

gustavo_dourado-dzai-com-br

 

 

 

Gustavo Dourado é um dos maiores poetas-cordelistas do Brasil. Sua excelente e extensa produção literária pode ser encontrada em www.gustavodourado.com.br/cordel.htm.  Gustavo é também presidente da Academia de Letras de Taguatinga.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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