Como unificar a esquerda?

Como unificar a esquerda? Quais são os primeiros passos?

Chegou a hora de sairmos da teoria.  O dia 28 de março de 2018 em Curitiba-Paraná, se tornou histórico e desenhou bem o que significa unificar as esquerdas: agenda comum, diálogo constante, programa com
unidade mínima e ações de lutas coordenadas…

Por Fernando Neto

Como avançamos? Dando os primeiros passos: conversando, reunindo, encontrando, ajustando táticas, definindo estratégias e objetivos em comum.

É necessário superar desavenças, discordâncias, disputas naturais e pontuais principalmente. É sentando na mesa, apertando as mãos, olhando nos olhos e ajustando conduta ou repactuando.

Óbvio que fissuras da vida e da deixam marcas, porém, é indispensável que todos os setores progressistas, democráticos e nacionalistas dialoguem e busquem entendimento, pontual e histórico que seja, superando seus desacordos e erros, quem não se dispor neste momento da conjuntura, está do outro lado da história e que fique bem claro para todos!

Revolucionário neste momento é perdoar para aglutinar, tipificando mandamentos cristãos e espiritualistas. Sem força social efetiva, trincheira organizada e mobilização de rua e de campo em condições equivalentes às quais a protagonizou no Brasil de 2013 até aqui, manipulando as massas ou não, porém, com agenda e narrativa orientada, fortalecendo o conservadorismo e o retrocesso. Sem a mesma força popular, disputando narrativas e impondo uma agenda de lutas,, não teremos condições de enfrentar nenhuma batalha institucional, social e , quiçá eleitoral, de combate e confronto físico como vem acontecendo nos dias atuais.

É preciso diminuir a gana, a sina e o cinismo, sejamos francos, não estamos preparados para qualquer confronto real, temos pouca organização institucional e muito voluntarismo.

Acumulamos força social e política e continuaremos acumulando, mas, quem organiza e assimila a luta, quem dirige a massa?

Para onde dirigiremos a massa, os e os ?

O recado é simples: centrais sindicais, dialoguem! Frentes de ocupação do campo, dialoguem! Movimentos estudantis e de juventude organizadas, dialoguem! Partidos políticos de esquerda, dialoguem! Intelectuais, professores, artistas, líderes progressistas e de esquerda, dialoguem!

Aproveitemos os esforços da Frente Brasil Popular, Frente Sem Medo, encontro das Fundações de esquerda, às caravanas de Lula, os comitês em defesa da democracia, a marcha do dia 24 de janeiro em Porto Alegre, para dialogar, fortalecer as agendas, impulsionar iniciativas e o combate ideológico.

É imprescindível que fortaleçamos neste momento as agendas programáticas e de lutas, tenhamos compreensão histórica de que o ano de 2018 é o início e não o fim de toda a luta instalada no país.

Assim iniciamos a unidade das esquerdas e organizamos a tropa, olhando para frente e marchando em uníssono. Que fique mais claro ainda: aquele que se opor ou atrapalhar é inimigo de classes!

ANOTE AÍ:

 

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FERNANDO NETO –  Militante do PT-DF e ex-secretário de Estado do Governo do Distrito Federal na pasta da Juventude

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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