Cerrado: Sabor marcante do Pequi reforça valores da tradição
O pequi (Endocar brasiliensis) é um fruto silvestre típico do Cerrado, com ciclo produtivo de novembro a fevereiro. O nome pequi é de origem indígena, vem do Tupi e significa fruta espinhenta (“py”, casca, pele, e “qui”, espinho). O sabor marcante, inconfundível e inesquecível do pequi reforça os valores da tradição entre as populações do Cerrado
Por Zezé Weiss
Na gastronomia Cerratense, o pequi tanto é usado em pratos como pequi puro, pequi com arroz, pequi com frango, ou na produção de sobremesas e licores. No interior do Brasil, muitas famílias agricultoras usam o pequi também para a produção de sabão caseiro. Embora com menos frequência, as sementes também são utilizadas para a produção e óleos e essências.
O pequizeiro é uma árvore frondosa. Quando adulta alcança entre 12 e 15 metros de altura. Seu tronco sinuoso e grosso chega a 2 metros de circunferência. Os frutos de cor verde-amarelada trazem até 4 sementes, protegidas por milhares e espinhos. A massa volumosa de cor amarelo-dourado-laranja forte que envolve as sementes é a parte mais usada na gastronomia do Cerrado.
O perigo do pequi é o espinho. A experiência de um espinho de pequi na língua é dolorosa e inesquecível, dizem. Quemm já passou pela experiência tem sempre uma história pra contar, e não costuma ser das boas. Então, pra muita gente, espinho de pequi só serve pra encrencar os incautos.
Na natureza, porém, o espinho de pequi tem um papel fundamental. Sua função é proteger o embrião do fruto, que fica na amêndoa protegida pelos espinhos. Como o fruto é saboroso e muito apreciado pelos animais dispersores de sementes, como a anta, a capivara, o lobo guará, a paca, a preá, o rato do campo que, por conta da proteção natural, comem só a polpa e, assim, preservam as sementes e o destino dos pequizeiros.