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PT repudia ‘falta de endosso’ do Brasil contra coronavírus proposto pela ONU

PT repudia ‘falta de endosso’ do Brasil contra coronavírus proposto pela ONU

 
O PT divulgou uma nota nesta quinta-feira (23) na qual repudia “a falta de endosso do governo do Brasil à Resolução da Assembleia-Geral da ONU”, que foi apresentada pelo México e estabelece um acordo de cooperação internacional para garantir o acesso global a medicamentos, vacinas e equipamentos médicos para enfrentar a pandemia de coronavírus.
Apenas Brasil, Estados Unidos e outros 12 países, entre os 193 membros da ONU, não apoiaram a medida.

Para o PT, “a única saída viável para a pandemia do Covid-19 é uma saída global, que contemple as necessidades de todas as nações do planeta e não deixe nenhum país para trás”.

“Nesse sentido, as ações e diretrizes da ONU e, particularmente, da sua agência especializada em saúde, a OMS, são essenciais para todo o mundo, notadamente para os países mais pobres e carentes de recursos. Querer monopolizar os recursos imprescindíveis para o combate à pandemia, como parecem intentar fazer alguns governos, é um grande desserviço a toda a humanidade”, destaca o partido.

Na nota, o PT também repudia as declarações “inacreditáveis, estapafúrdias e vergonhosas” do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre OMS que, segundo ele, está sendo usada para implantar o regime comunista no mundo.

Confira a íntegra da nota:

O Partido dos Trabalhadores e suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal repudiam a falta de endosso do governo do Brasil à recente Resolução da Assembleia-Geral da ONU, a qual demanda uma ação global para acelerar rapidamente o desenvolvimento, a produção e o acesso à remédios, vacinas e equipamentos médicos para fazer frente ao novo coronavírus.

Vergonhosamente, o governo Bolsonaro foi um dos 14 governos em todo o mundo que não apoiou explicitamente essa imprescindível Resolução apresentada pelo México, e que mereceu a pronta aprovação de 179 países do planeta.

Voltamos a lembrar, tal como fizemos em nota anterior, que a única saída viável para a pandemia do Covid-19 é uma saída global, que contemple as necessidades de todas as nações do planeta e não deixe nenhum país para trás.

Nesse sentido, as ações e diretrizes da ONU e, particularmente, da sua agência especializada em saúde, a OMS, são essenciais para todo o mundo, notadamente para os países mais pobres e carentes de recursos. Querer monopolizar os recursos imprescindíveis para o combate à pandemia, como parecem intentar fazer alguns governos, é um grande desserviço a toda a humanidade.

Da mesma forma, repudiamos as inacreditáveis, estapafúrdias e vergonhosas declarações do ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, sobre o tema. Seguindo as mais toscas e sombrias tradições de um anacrônico macartismo, o chanceler bolsonarista argumenta que a pandemia representa um instrumento para a dominação comunista no mundo e que o globalismo, expresso nas Nações Unidas e na OMS, “substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo”.

Essas agressões ao sistema das Nações Unidas, num momento tão delicado para a humanidade, fazem recordar até mesmo as manifestações feitas por notórios terroristas e inimigos da civilização, como Osama Bin-Laden, para quem a ONU era um “instrumento de crime”, o que acabou provocando a morte de Sérgio Vieira de Mello no Iraque, um autêntico diplomata comprometido com a razão, a civilização e a vida.

Por último, manifestamos nossos aplausos ao governo mexicano de López Obrador, por ter apresentado essa oportuna e meritória Resolução.

Deputada Gleisi Hoffmann, Presidenta do PT

Senador Rogério Carvalho, Líder da Bancada no Senado Federal

Deputado Enio Verri, Líder da Bancada na Câmara do Deputados

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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