Profecias da Mãe Terra
Os povos antigos honravam a Mãe Terra e agradeciam a Ela pelos seus frutos, invocando suas bênçãos nos plantios e demonstrando sua gratidão nas colheitas, fazendo oferendas daquilo que produziam, comiam e bebiam, antes de se servirem. (FAUR, 2015, p. 94)
Por: Fátima Guedes
As contribuições advindas de memórias ancestrais desenhadas sob perfil matrifocal* constituem-se, na atual conjuntura, nutrientes necessários e indispensáveis, (se percebidos numa perspectiva de Bem–Viver universal), no processo de revitalização de saberes, de cuidados e até mesmo nos jeitos de reinventar relações solidárias com todos os seres que se abrigam indistintamente no colo da Mãe Terra, sejam eles voadores ou rastejantes, pedras, árvores ou plantas. Sem dúvidas, o momento nos evoca olhar para além do insignificante EU [self], e acolher os elementos naturais como membros indistintos e indispensáveis na construção da teia da vida. A realidade está posta: a COVID-19 flui como elemento controverso nessa dialética pela Vida cuja síntese, espera-se: a adoção de uma ética humanamente universal consolidada a partir de modos ecologicamente sustentáveis de vida comunitária, em sintonia com ecos captados das antigas sociedades e de suas reverências para com a Terra – nossa Casa Comum.
A propósito, vale problematizar os patamares alcançados mundialmente a partir da evolução histórica configurada em modernidade, e de seus elementos constitutivos: modelo econômico, tecnologias imperialistas, mecanicismo cientificista, mercantilização dos recursos naturais e etc., contribuíram decisivamente, via massificação midiática indiscriminada, para a efetivação de um estado patológico de amnésia coletiva ou memoricídio biocultural, constante na Obra A Memória Biocultural (TOLEDO e BARRERA-BASSOLIS, 2015, p. 255). A conceituação manifesta-se em estado de sonambulismo, de dormência sociocultural com reflexos destrutivos sobre quaisquer perspectivas para um pleno e sadio desenvolvimento humano. Não é necessário se mergulhar muito em comprovações; a realidade fala por si: quantos de nós, cabocos e cabocas amazônidas, perdemos, ignoramos e até mesmo nos envergonhamos de nossas referências culturais?… Boa parte da cabocada alinhada aos códigos colonialistas relega à discriminação nosso cardápio original (o peixe com farinha, as variedades de bejus, as bebidas energizantes…), nossos utensílios domésticos (cuias, potes, paneiros, vasilhas de barro, pilões e etc.), nossas plantas medicinais… Até nossos mitos, crenças e falares vão sendo transformados em “vida eterna” nos registros acadêmicos.
Sem dúvidas, esse é um momento provocador para o desenvolvimento de uma nova consciência, de um assumir responsável e cuidadoso com nossos saberes tradicionais, com nossa Casa Comum e com todos os seus habitantes independentemente da espécie – humanos, bichos e suas diversidades, solos, florestas, águas, pedras e todas as formas de vida, haja vista, somos diversos e unos simultaneamente. O despertar para uma nova consciência de âmbito universal fundamenta-se nas contribuições do pesquisador e ambientalista James Lovelock (1971) com a colaboração de Lynn Margulis. Como resultado, articularam a Hipótese Gaia, para explicar o comportamento sistêmico do planeta Terra, como uma estrutura complexa e viva, autorregulável, em que a interdependência de todas as formas de vida, junto com o solo, os oceanos e a atmosfera, formam um único sistema vivo. A Hipótese Gaia reconhece o planeta Terra como uma entidade inteligente do Universo e a nossa íntima relação com toda a criação por meio de uma energia sutil que liga todos os seres vivos. Sob esse olhar, faz-se visível o equilíbrio homem/Natureza, razão/emoção, matéria/espírito, em oposição aos conceitos mecanicistas atuais que destruíram as antigas reverências e cuidados pelas energias naturais, concebidas como retrato da Fonte Divina. (FAUR, 2015).
Considero as contribuições em referência necessárias; até porque trazem esclarecimentos mais precisos em relação à defesa dos argumentos cultivados em minhas percepções e em minha práxis, a partir dos diálogos estabelecidos com o Planeta Terra, por mim reverenciado – Mãe Terra ou Grande Mãe. A abordagem envolve olhares místicos, daí levo em consideração o perfil positivista da ciência dita oficial (assimilada globalmente) centralizada em aspectos mensuráveis. Portanto, adentrar no universo místico da Mãe Terra exige mais ainda, zelo, rigor e cuidado com as opiniões expressadas, no geral, interpretadas como devaneios e/ou superstições. Muitas dessas expressividades representam vozes de minha alma – o lugar onde habita meus sentimentos profundos, às vezes inatingíveis às limitações das palavras.
É sabido que o culto à Terra como Mãe é milenar. As antigas civilizações A reverenciavam como a Grande Mãe, cósmica, celeste, telúrica e ctônica que dá e tira a vida. É a eterna Criadora, Ceifadora, Regeneradora; a Tecelã Divina que entrelaça e conduz todas as forças do universo (FAUR, 2011). O princípio em referência era universal em todas as comunidades matrifocais, independentemente da denominação atribuída. Na conjuntura atual, os impositivos sistêmicos patriarcais encarregaram-se de eliminar no mundo essas cultuações com impactos sobre as populações da Amazônia. Com raríssimas exceções, antigos sentimentos, reverências e cultos à Grande Mãe ainda sobrevivem de forma isolada. De resultado, estabeleceram-se inúmeras formas de agressões e de desrespeito à vida: desmatamentos, queimadas, envenenamentos do solo, das águas e do ar, extermínio de espécies vegetais e animais, domínio ilegal de terras, confinamento das populações tradicionais, mercantilização desenfreada dos recursos naturais, trabalho escravo e etc. Na sequência da barbárie, as mulheres, tal qual a Mãe Terra, foram condenadas aos mesmos suplícios. Por fim, para confirmar o memoricídio cultural sobre as populações da Amazônia flui o questionamento: sob que denominação, nós, amazonenses, reverenciamos o Planeta Terra?
Compartilho tênues rascunhos sobre o que foi possível investigar sobre reverências à Terra Mãe. Por aqui, são citadas; apenas citadas: Gaia ou Geia (Terra) cultuada pelos gregos como Mãe Terra. Na América Latina, Pachamama: Pacha (universo, mundo, tempo, lugar); Mama (mãe). Na Índia, Prithvi Mata, (Mãe Terra). Esta última, em grupos restritos seguidores do Hinduísmo e Budismo. No Brasil, a herança místico cultural dos Guarani configura a Natureza em Yacy; Ya (Grande senhora); Cy (Mãe).
A questão é provocadora para aprofundamentos e autodescobertas, no sentido de um possível resgate cultural relativo ao princípio criativo da vida; a um retorno que reestabeleça a consciência da ligação de todos os seres vivos com o cordão umbilical energético*, célula mãe da tessitura universal.
Ecos místicos em Parintins
O mito milenar, ou melhor, os fundamentos da ciência construída por nossos ancestrais ecoam ativamente até hoje nas consciências de ambientalistas e pesquisadores afinados com os acordes emitidos do coração da Terra Mãe. As violências estruturantes sobre seu corpo, sobre seus filhos e filhas, a exploração indiscriminada de seus recursos, assim com tantas outras injúrias, instigam olhares interventivos e desafiadores. Urge proporcionar proteção e cuidados justos sobre o que ainda resta; ao mesmo tempo construir coletivamente caminhos e modos sustentáveis de vida aqui, agora e no incógnito amanhã vislumbrado para as vidas futuras que sobreviverem à barbárie, à catástrofe sistêmica.
Na busca por caminhos sustentáveis e equitativos, por um assumir responsável e cuidadoso com nossa Casa Comum, sintonizo com as dores e ansiedades da Mãe Terra e compartilho nesses rascunhos breves experiências, na área de Agroecologia, desenvolvidas em Parintins, no Amazonas, entre os dias – 03 a 13 de março -, deste ano: Boas Práticas de Coleta e Beneficiamento de Sementes para Múltiplos Propósitos, com desfecho na Troca de Sementes e Saberes de Espécies Nativas do Baixo Amazonas… A ação fizera parte do Projeto Mais Sementes (EMBRAPA) visando ao Fortalecimento da Cadeia Produtiva de Sementes e Mudas na Amazônia. À frente da organização: a Bióloga e Pesquisadora, Dra. Elisa Wandelli (Embrapa Amazônia Ocidental) e a Engenheira Florestal e Pesquisadora, Dra. Noemi Vianna Martins Leão (Embrapa Amazônia Oriental). Além de outros técnicos sintonizados aos mesmos propósitos.
Aqueles dez dias de março foram riquíssimos em sensibilizações e construção de dialógicos intersetoriais. A dialética, ali praticizada, alinhava antíteses e ao mesmo tempo se abria para uma síntese firmada em Boas Práticas para Múltiplos Propósitos. Por falar em construção de boas práticas, faz tempo Parintins abafa clamores da Mãe Terra contra o lixão incontrolado no terreno da UEA; contra o silêncio da coleta seletiva de resíduos sólidos e orgânicos; contra a contaminação da água tubular; contra a amnésia sobre os saberes popular/tradicionais em saúde; contra as nocividades do agronegócio sobre os alimentos; contra a morte silenciada de espécies vegetais e animais; em resumo, contra a efetivação do memoricídio biocultural.
O conjunto das problematizações despertara nos participantes intenções interventivas, sentimentos de responsabilidade e de cuidados coletivos com a Terra Mãe dos Parintintin. Reafirmo, despertou… Proporcionou ainda trocas de conhecimentos e saberes, de sentimentos, de palavras e práticas cuidadosas. Memórias matrifocais materializaram-se num abraço fraternal entre os cinquenta participantes – mulheres artesãs, pequenos/as produtores/as rurais, universitários, servidores públicos, gestores e militantes populares. Dissolveram-se ali (observação com base nas expressividades) sentimentos e posições conflitantes: ser humano e Natureza, razão e emoção, matéria e espírito, saberes e conhecimentos. A consciência de nossa íntima relação com toda a criação por meio de uma energia sutil que liga todos os seres vivos, anunciada na hipótese Gaia, tornara-se visível. Em síntese, era a alma coletiva traduzindo sentimentos de amorosidade para com a Terra Mãe, a partir de maneiras solidárias e naturais de lidar com o universo/diverso na tessitura da teia da vida.
NaTroca de Sementes e Saberesresgatou-se também memórias de alimentos tradicionais já esquecidos pelos mais antigos, desconhecidos e até discriminados pelos mais jovens. Fizeram-se presentes naquele resgate gastronômico: cariru*, beldroega*, bertalha*, cará-espinho*, cará-roxo* – cará-do-ar*, cipó alho*, cacauí* – taioba*, ora-pro-nobis*, erva-de-jabuti*, corama*, mari-mari*, piquiá*, pajurá* – uixi*, jatobá*, castanha sapucaia*, pupunha*, ariá* e outras que me escapam.
O cardápio oferecido nas merendas destacara-se em originalidade, naturalidade e desafiara o padrão workshopista*: sucos de cupuaçu combinado com casca de laranja; outros, de manga, de jerimum e de melancia substituíram sem restrições dos participantes o nocivo e ameaçador refrigerante; mingaus de banana, de farinha de tapioca e de crueira* aguçavam o paladar de todos e todas; o pé-de-moleque regado a amendoim e à canela não atendeu a concorrência; o leite de castanha sapucaia deixara alguns com água na boca; enfim, a macaxeira, a pupunha, o quebradinho de mandioca e de tapioca despertaram lembranças nos comensais, ainda que vagas, de puxirum* regado à pajiroba*, manicuera* e tarubá*; lembranças de roça, de saberes naturais e de curandagens, de banhos de rio, de viagens de canoa, de pescarias com tarrafa e caniço, de água de cacimba, de peconhas*, de contos, canções e amores em noites de luar…
Sob um discreto sorriso matizado de esperanças Mãe Terra encara-me… Após profunda introspecção, interagimos em sentimentos, anseios… Acolhi e transformo em registro seus anúncios:
Meus filhos e filhas, por favor, acolham todos esses aprendizados e os transformem em práticas cotidianas e comunitárias. Tempos virão trazendo inúmeras calamidades e doenças mortais… E já batem em vossas portas. Sobreviverão aqueles e aquelas, homens e mulheres, que souberem cultivar e compartilhar todos esses ensinamentos e memórias. Faço minha parte: apesar de todas as agressões sofridas em decorrência da corrida desenfreada por poder, dinheiro e bens materiais, quando filhos e filhas cuidadosos permitem, gero alimentos saudáveis, águas e ar puros; propicio estações equilibradas, relações equitativas entre todos os seres – meus filhos – enfim, propicio as condições necessárias para uma saúde global, solidária. Em conflito com tantos agravos, concluo que a espécie humana mais atrapalha que contribui solidariamente. Se vocês alcançarem a essência de minha mensagem, entender-me-ão. Meus elementos básicos – o ar, o solo, a água e o céu, vivem muito bem sem vocês. E lembrem: vocês são meus hóspedes, não meus donos. Em meu perene recolhimento, sintonizo com seres iluminados e com seus anúncios em minha defesa; eles sabem: todos, indistintamente, somos UM, apesar de diversos. Ferir a um fere a todos e a todas. O diálogo sobre Boas Práticas para Múltiplos Propósitos quebra silêncios e desperta memórias. Porém, mantenho-me sempre em estado de alerta a novas violências – nem todos se empenham em usar de minha nata sabedoria e amorosidade para interferir de forma justa e precisa. Estou consciente e preparada: se, de toda essa Semeadura, apenas uma semente germinar em solo parintinense, sou universalmente grata. Todo e qualquer cuidado com meu ventre alcançará a vida de todos vocês. Lembrem sempre: somos um sistema único e universal.
O místico colóquio silenciara-me por alguns instantes… Como comprovar a profundeza e complexidade do diálogo, seas materialidades exigidas são imperceptíveis e ignoradas a humanos de pouca fé? Um profundo silêncio problematizara-se e trouxera memórias de Sor Juana Inés de la Cruz, mística e escritora mexicana (1651-1695), citada por Eymard Vasconcelos: Calamos, não porque não tenhamos o que dizer, mas porque não sabemos como dizer tudo aquilo que gostaríamos de dizer. São códigos indecifráveis e certamente inaceitáveis para o positivismo sistêmico.
Profecias em movimento
A propósito, a realização do referido evento, partiu de compromissos muito além de metas institucionalistas; fluíram de sentimentos que desafiam o limite das palavras e planejamentos verticais; dialetizaram com autônoma sapiência desfazendo-se conflitos desnecessários. O mais surpreendente: os apelos da Mãe Terra nos chegam uma semana antes da COVID-19 aportar em solo Parintintin, e atingir sua primeira vítima. Chegam como alertas, como recados de prevenção e cuidados sobre o que nos resta de vida saudável na Ilha Tupinambarana. Na verdade, a coincidência (???) ao período limite da prevenção aos ataques do vírus nos instiga mergulhar no universo místico da equipe organizadora do evento e das estreitas relações com as profecias da Mãe Terra. É possível, em plena corrida financeirista intervir, via instituição estatal, ao conceito tecnicista de desenvolvimento sustentável, a partir de metodologias e valores alinhados às sociedades matrifocais? De que forma, a organizaçãodo Evento entrelaçara técnica profissional econcepções sobre antigas reverências e cuidados pelas energias naturais, concebidas como retrato da Fonte Divina?
Todas essas inquietações fluem de meus compromissos militantes concebidos a partir de uma consciência matrifocal; ao mesmo tempo, tais inquietações se oferecem como desafios indistintos em tempos de pandemia, quando um nanico invisível se impõe com autoritarismo sobre o Planeta e ignora classe social, titularidades, raça, gênero, credo, faixa etária e qualquer padrão de caráter separatista. Certamente, só o tempo e a crença nas possibilidades do despertar para uma nova consciência alinhada à solidariedade universal, às antigas reverências e cuidados, trarão as justas respostas.
As vibrações energéticas da equipe mensageira do Evento materializadas em sensibilizações e práticas de cuidados com a Terra Mãe, durante os 10 dias do mês de março de 2020, ressoam para além dos limites geográficos da Ilha Tupinambarana, sede do Município de Parintins. Sobre os poucos canteiros ainda férteis e acolhedores da Ilha, iniciara-se a semeadura para um novo momento que se fundamenta na reinvenção de jeitos e modos justos de conservar a estrutura andrógina* e vital de nossa Casa Comum – o Sagrado Ventre da Terra.
Em remate, as contribuições do Evento também ativaram a autoconscientização sobre nossa íntima ligação com a Mãe Terra e sobre a necessidade de uma coexistência pacífica entre todos os seres – filhos e filhas da mesma Mãe -, fecundados a partir de um místico orgasmo que avança sobre o tempo, sobre a história, alcança o aqui, o agora numa tessitura universal unindo semelhantes, semelhanças, diferentes e diferenças: o ventre que nos permite vida e sobrevivência é abrigo comum, milenar… Ainda que neguemos origens e laços, todos e todas, indistintamente, um dia retornaremos à matriz.
Falares da Casa
Ariá – Calathea allouia
Cacaí – Theobroma sylvestre
Cará-do-ar – Dioscorea bulbifera
Cará-espinho – Dioscorea altíssima
Cará-roxo – Dioscorea trifida
Cariru – Talinunm triangulare
Castanha sapucaia – Lecythis pisonis
Cipó-alho – Mansoa alliacea
Cordão umbilical energético – Expressão figurativa referente à nossa ligação com a Terra Mãe.
Corama – Kalanchoe pinnata
Beldroega – Portulaca oleracea
Bertalha – Bassella alba
Erva-de-jabuti – Peperomia pellucida
Estrutura andrógina – Referente ao ventre feminino.
Jatobá – Hymenaea courbaril
Manicuera – Bebida artesanal dos nativos da Amazônia.
Mari-mari – Cassia leiandra
Ora-pro-nobis – Pereskia bleo
Pajurá – Parinari montana
Pajiroba – Bebida artesanal dos nativos do Amazonas com leve teor de fermentação usada em rituais, festas e puxiruns.
Peconha – Instrumento artesanal dos nativos da Amazônia, confeccionado com palha ou cipó e usado para coleta dos frutos de palmeiras.
Perfil matrifocal – Referência às sociedades centradas no culto da Mãe Divina e humana a partir de valores solidários e distribuição igualitária de tarefas e bens. Sob esse perfil as comunidades se organizavam ao redor das mulheres e das crianças que tinham a proteção dos homens. Diferente de um sistema matriarcal cuja base é a dominação social e/ou religiosa.
Piquiá – Caryocar villosum
Pupunha – Bactris gasipaes
Puxirum – O mesmo sentido de mutirão.
Taioba – Xanthosoma taioba
Tarubá – Bebida artesanal dos nativos do Amazonas com leve teor de fermentação.
Uixi-liso – Endopleura uchi
Workshopista – Sátira ao impositivo vocabular para nominar “oficinas”, encontros comunitários de cunho econômico educativo.
Referências
FAUR, Mirella. Círculos Sagrados para mulheres contemporâneas. São Paulo, Editora Pensamento, 2011.
TOLEDO, Víctor M.; BARRERA-BASSOLS, Narciso. A memória Biocultural – A Importância ecológica das Sabedorias Tradicionais. São Paulo, Editora Expressão Popular,2015.
VASCONCELOS, Eymar Mourão (Organizador). A espiritualidade no Trabalho em Saúde. São Paulo, HUCITEC EDITORA, 2011, p. 52.
Fátima Guedes é educadora popular e pesquisadora de conhecimentos tradicionais da Amazônia. Graduada em Letras pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), tem especialização em Estudos Latino-Americanos pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em parceria com a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), Guararema (SP). Foi fundadora da Associação de Mulheres de Parintins, da Articulação Parintins Cidadã, da TEIA de Educação Ambiental e Interação em Agrofloresta e Militante da Marcha Mundial das Mulheres. Autora das obras literárias, Ensaio de Rebeldia e Algemas Silenciadas.
Fonte: Amazônia Real