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ALGUMAS PALAVRAS E SEUS SIGNIFICADOS PARA A VIDA

ALGUMAS PALAVRAS E SEUS SIGNIFICADOS PARA A VIDA

Algumas palavras e seus significados para a Vida

Tenho questionado, algumas vezes, umas palavras e seus significados. Por isso me pergunto, como podemos dizer  palavras como ânimo, aflição, certeza, palavra, vida e Senhor, acolhendo cada um de seus significados?

 
Por Joacir d’Abadia
 
O que nos anima, enquanto seres humanos, nessa imensidão de mundo? Quais são as grandes aflições que mexem com nossa vida interior? O que é certo na vida de um ser humano que cultiva temores? Que palavra pode ser usada para representar o encanto perdido pela vida? Que vida se pode discorrer pela palavra, a vida de verdade ou a vida que se tenta criar no imaginário de cada qual? Se me permitem, vou fazer mais um questionamento porque quero saber onde está o Senhor que deixa o ser humano perguntar-se a si mesmo. Onde está o Senhor? Por acaso, nós, os humanos,  estamos sozinhos neste mundo?
 
SOBRE O SENHOR
 
Onde está o Senhor?  Inicialmente se pode dizer que o Senhor está no abandono do homem. Os questionamentos sobre o Senhor não ganham significado prático porque a insensibilidade tomou conta da vida humana, já que,  “A não significação e a contradição são cultivadas por si próprias” (Albert Camus). Uma estranheza radical contra o sagrado se  instalou no homem preenchendo o espaço do Senhor. Todavia, nós humanos  estamos cheios da vida ue o Senhor criou.
 
SOBRE A VIDA
 
Que vida é essa que nós humanos criamos,  enterrando, definitivamente o Nosso Senhor? Uma vida que se vive tão somente ancorada no que é efêmero, passageiro, sem profundidade, sem perspectiva de  futuro, ao passo que o “agora” se basta com palavras carregadas de letras, mas abandonadas de sentido.
 
SOBRE AS PALAVRAS
 
As palavras que saem deste ser humano que vive o seu “agora” são todas de derrota, fracasso e desalento. Nelas imperam o medo do futuro por suas incertezas. É como  seguir a interrogação do padre Ailbe O’Reilly: “Como é possível para um pai de família saber quais serão os efeitos de certas palavras bem-intencionadas nos seus filhos?”
 
SOBRE A CERTEZA
 
O certo na vida é que se vive com incerteza do futuro. As horas passam, os dias vão seguindo, as semanas são formadas e, assim, o tempo como tempo também é formado. Na linha do tempo, o  segundo seguinte sempre será incerto, pois o futuro tem por definição ser incerto até que, ao atingi-lo,  ele se torna uma realidade em nossas vidas.
É certo que a vida é incerta e isso causa aflição na vida. O padre Hubert van Dijk diz que “A vida diária coloca-nos sempre perante situações novas, nas quais não é imediatamente claro como se deve reagir” (O meu anjo e eu: sete degraus para caminhar com o Anjo da Guarda, 2ª edição revisada – Goiânia-GO. Hubert van Dijk, p. 51, 2019)
 
SOBRE AS AFLIÇÕES
 
As aflições, quando vividas com serenidade, conseguem nos levar a uma descoberta que nem sempre consseguimos perceber na medida que se vive em plena harmonia: que ele é falho. A essas pessoas se deve ensinar a superar seus medos, como fez o irmão Maximilian M. Plöchl: “Peça também por todas as pessoas aflitas que estão diante de um grande sofrimento, para que recebam as forças e graças que lhes são necessárias para suportá-lo” (Passio Domini, p. 9. 2012).
 
SOBRE O ÂNIMO
 
Por nos descobrirmos falhos, totalmente entregues à nossa fragilidade humana, algumas vezes  podemos desanimar frente às nossas condições de vida,   criadas por nós mesmos, mas o que nos  animará a nos erguermos nas nossas  fraquezas é o Senhor. Assim, todo ser humano  poderá dizer em forma de grito: “O que me anima na aflição é a certeza: vossa palavra me dá a vida, ó Senhor” (Sl 118,50).
 
BIBLIOGRAFIA 
 
Camus, Albert. O homem revoltado. Tradução: Valerie Rumjanek. 2ª Ed. Rio de Janeiro: BestBolso, p. 113, 2017.
 
Dijk, Hubert van. O meu anjo e eu: sete degraus para caminhar com o Anjo da Guarda, 2ª edição revisada – Goiânia-GO: Hubert van Dijk, p. 51, 2019.
 
O’Reilly, Ailbe. Os dons do Divino Espírito Santo. 1ª edição-Goiânia: Gráfica e Editora América, p. 73, 2014.

Plöchl, Maximilian M. Passio Domini, p. 9. 2012.

Vida Freepik
 
SOBRE O O PADRE JOACIR DA D´ABADIA
escritor, filósofo e teólogo é pároco da Igreja Católica na Prelazia de Formosa, estado de Goiás. Com sua extensa obra composta por inúmeros artigos e vários livros publicados, o Padre Joacir é colaborador voluntário e independente da Revista Xapuri. Foto interna: Freepik.
 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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