Dia da Terra
A importância da preservação do planeta, bem como de toda a estrutura de ecossistemas e elementos que o constituem, se manifesta em cada dia da jornada das sociedades na atualidade. Desde a água que bebemos até o ar que respiramos, nossa conexão com o meio ambiente é inegável e crucial para nossa sobrevivência. Portanto, pensar em estratégias para implementar políticas de preservação, mitigação das mudanças climáticas e combate aos desequilíbrios nos biomas é uma tarefa que precisa ser adotada por cada mente deste país.
Não podemos mais adiar a responsabilidade de agir em prol da sustentabilidade. É um compromisso necessário para a implementação de um tempo em que vivamos em ambientes mais sustentáveis e desenvolvidos, onde as futuras gerações possam prosperar em harmonia com a natureza e suas diversas formas de vida.
À convite de Galeano, vamos desfrutar de uma poesia-lembrete que lhe convidará a refletir os problemas e relações do homem com a Terra:
Por Eduardo Galeano
Certa vez, Einstein disse:
– Se as abelhas desaparecessem, quantos anos de vida sobrariam para a Terra? Quatro? Cinco? Sem as abelhas não há polinização, e sem polinização não há plantas, nem animais, nem gente.
Ele falou isso numa roda de amigos.
Os amigos riram.
Ele não.
E agora acontece que existem cada vez menos abelhas no mundo.
E hoje, Dia da Terra [22 de abril], vale a pena lembrar que isso não acontece por vontade divina nem maldição diabólica, e sim
por causa do assassinato dos bosques nativos e da proliferação dos bosques industriais,
por causa dos cultivos de exportação, que proíbem a diversidade da flora,
por causa dos venenos que matam as pragas enquanto matam a vida natural,
por causa dos fertilizantes químicos que fertilizam o dinheiro e esterilizam o solo,
e por causa das radiações de alguns aparelhos que a publicidade impõe à sociedade de consumo.
Eduardo Galeano – Escritor revolucionário, em Os Filhos dos Dias, Editora L&PM, 2012.