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Estudo sobre audição

Estudo brasileiro aponta surdez precoce em jovens

Escutar música em volume alto e frequentar lugares barulhentos comprometem a audição de jovens.

Cada vez mais adolescentes brasileiros apresentam sintomas  de tinido (zumbido nos ouvidos), incluindo a perda de audição, diz um estudo recente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)…

Por Eduardo Pereira

Tinido é o termo médico para a percepção de um som que não apresenta fonte externa, fora do corpo, em ruídos descritos como zumbido, assovio o chiado, muitas vezes causando graves danos à saúde.

Como causa, o estudo aponta alguns hábitos juvenis, como escutar música com fones de ouvido por muito tempo e frequentar lugares que tocam música em volume alto, como boates e shows, o que acarreta um risco grande de perda de audição. “Se os adolescentes continuarem se expondo  a ruídos muito altos, provavelmente irão sofrer alguma perda da sua audição antes de chegarem aos  30 ou 40 anos,” afirma Tanit Ganz Sanches, professora de otolaringologia na USP e principal pesquisadora do estudo.

Além da aplicação de um questionário, os pesquisadores examinaram os ouvidos  de 170 estudantes entre 11 e 17 anos. Mais de metade deles (54,7%) relataram  sintomas de tinido. “A prevalência de sintomas causa alarme”, diz Sanchez. “Havia uma noção que o tinido era problema de pessoas mais velhas, porém estamos vendo o aumento de sintomas entre jovens e até em crianças,  devido à exposição a ruídos cada vez mais de alta intensidade, dentre outros fatores.”

“Descobrimos que adolescentes sentem os efeitos do tinido frequentemente, porém não relatam os sintomas à sua família ou aos seus professores. Em consequência, eles não vão a médicos ou especialistas e, assim, o problema pode virar algo crônico.” Para a pesquisadora Sanchez, o uso frequente de sons super altos até os 25 ou 30 anos pode causar danos progressivos às células capilares, levando cada vez mais  jovens a tornarem-se  surdos a uma idade relativamente precoce.

ANOTE AÍ:

Para mais informações sobre o assunto, sugerimos acessar a fonte original consultada para a elaboração desta matéria:  www.fapesp.br.

https://xapuri.info/elizabeth-teixeira-resistente-da-luta-camponesa/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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