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A guerra: o decreto da suspensão de valores 

A guerra: o decreto da suspensão de valores
Por Pe. Joacir Soares d’Abadia
 
Qual a razão de ser de uma guerra? Onde ela inicia e quando termina? Ninguém sabe! “Detenção de ” e “suspensão de valores” são as mais seguras de todas as compreensões torácicas que se possa ter a respeito da guerra. Ninguém se torna dono de si mesmo. Não há segurança social, pois os homens vivem como animais irracionais. Não se pode permitir a guerra. Qual guerra? A luta contra os direitos do homem que se decreta como uma guerra fria, uma verdadeira saudação ao decreto!
 
Diante daquilo que se decreta nesta guerra fria, tem-se a resposta do destinatário, o qual se vê na obrigação de assumir o proposto. Oxalá conseguisse mesmo dar uma resposta positiva! O disposto exige o cumprimento do decreto, diz.
 
Depois de “dado e passado… sob o sinal e selo das armas”, se percebe que ao assumir um ofício o “dado” apenas representa um “conjunto de informações” reafirmando que nada é de graça e que as “armas”, muitas das vezes, não conseguem responder ao “sinal e selo” que por vez fora decretado.
 
Nesta guerra as “armas” apenas são em decretos. Feito, informo a todos que os dispositivos decretados pelos “sob o sinal e selo das armas” tem consumido boa parte dos recursos angariados. Temendo que decretos consumam também boa parte do sono e tranquilidade buscando fundos que ao meu ver não compete ao meu ofício, exponho o que o decreto, tão somente ele, exime minha obrigatoriedade em continuar com “armas” que não são meu usufruto.
 
Assim, nenhuma “arma” consegue ser eficiente  na guerra sem repor as munições. Qual “munição”, eu me pergunto, estou recebendo que justifica “atirar” recursos ao que foi decretado?
 
Alguém será que consegue, na infeliz vivência em uma guerra decretada, discorrer, com pormenores, o grande mal que a detenção de direitos humanos pode causar, não apenas a uma pessoa, senão a toda uma ?
 
Numa guerra, ninguém está seguro, nem mesmo quem decreta. O que reina não são os bens que cada um juntou, antes o que se busca é a defesa da vida. Na guerra se tem que enxergar o dominador como se fosse um grande amigo o qual ansiamos sua partida e para o qual não devemos guardar saudades. Um dominador que causa nojo, náusea e espelha o medo. Espalha o pânico e faz brotar a incerteza. Qual é, todavia, o objetivo de uma guerra que decreta “sob o sinal e selo” as “armas”? Aliás, no mal tem algum objetivo que não seja ele mesmo?   Ao contrário da guerra decretada, tem-se o amor. Por isso pode dizer que o amor é nossa sombra e o vento, o exalar do amor vivido.
 
@Padre Joacir d’Abadia, Filósofo autor de 12 livros, professor de Prática do Seminário Menor de Formosa-GO, e Pároco da Paróquia São José Operário em Formosa-GO

Pe. Joacir Soares d’Abadia, Foi Pároco em Alto Paraíso-GO e hoje á Pároca da Igreja São José Operário, em Formosa-. Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, membro do Conselho de “Pesquisas e Projetos” (UnB ), membro do Conselho de Presbíteros, Coordenador da Pastoral da e Coordenador dos Padres do Setor IV. Escreve para os jornais: “Alô Vicentinos” (Formosa-GO) e “ de notícias” (Posse-GO). É o fundador do jornal “Ecos da chapada” (Alto Paraíso-GO). Ganhou, em 2011, o Concurso Internacional de Filosofia da “Revista Digital Antorcha Cultural” da Argentina e têm 4 obras publicadas no exterior. É autor 8 livros: “Opúsculo do conhecer” (Cidadela); “A caridade e o problema da na periferia” (Agbook); “A Igreja do ressuscitado” (Virtual Books); “Contos de barriga cheia” (Cidadela); “O eu autor” (B24horas); “Taffom Érdna: romance com a sabedoria” (Palavra e Prece); “A Filosofia ao cair da folha” (Cidadela) e “ da Humanidade” (B24horas). Contato: Whatsapp (61) 99315433 ou joacirsoares@hotmail.com

Pe. Joacir Soares d’Abadia, Pároco em Alto Paraíso-GO, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, membro do Conselho de “Pesquisas e Projetos” (UnB Cerrado), membro do Conselho de Presbíteros, Coordenador da Pastoral da Educação e Coordenador dos Padres do Setor IV. Escreve para os jornais: “Alô Vicentinos” (Formosa-GO) e “Carta de notícias” (Posse-GO). É o fundador do jornal “Ecos da chapada” (Alto Paraíso-GO). Ganhou, em 2011, o Concurso Internacional de Filosofia da “Revista Digital Antorcha Cultural” da Argentina e têm 4 obras publicadas no exterior. É autor 8 livros: “Opúsculo do conhecer” (Cidadela); “A caridade e o problema da pobreza na periferia” (Agbook); “A Igreja do ressuscitado” (Virtual Books); “Contos de barriga cheia” (Cidadela); “O eu autor” (B24horas); “Taffom Érdna: romance com a sabedoria” (Palavra e Prece); “A Filosofia ao cair da folha” (Cidadela) e “Riqueza da Humanidade” (B24horas). Contato: Whatsapp (61) 99315433 ou joacirsoares@hotmail.com

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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