A LENDA DA CABRA CABRIOLA

A LENDA DA CABRA CABRIOLA

A da Cabra Cabriola 

“Eu sou a Cabra Cabriola,
Que como meninos aos pares,
Também comerei a vós,
Uns carochinhos de nada…”

A Cabra Cabriola, ou o bicho papão, como é mais conhecido, é a personificação do medo: um animal, em forma de cabra, de aspecto monstruoso, comedor de crianças, um papa-meninos. No século 19, a Cabra Cabriola era tema de uma canção de embalar.

A seguir, alguns trechos da canção:

“Cabra cabriola

Corre montes e vales,

Corre meninos a pares

Tamêm te comerá a ti

Se cá chegares”.

A Cabra Cabriola no Piauí e Pernambuco data dos séculos 19 e 20. Os pais contavam a lenda da Cabra Cabriola, afirmando que ela comia crianças que desobedeciam aos mais velhos.

Diziam, ainda, que esse animal monstruoso invadia as casas à noite, em busca de crianças travessas. De acordo com a lenda no , o animal, ao entrar nas casas, cantava este verso:

“Eu sou a Cabra Cabriola

Que como meninos aos pares

Também comerei a vós

Uns carochinhos de nada”

No Brasil, principalmente no Nordeste, a lenda dizia que, quando uma começa a chorar de repente, é sinal de que a Cabra Cabriola está comendo outra criança. Para afastar essa assombração, as pessoas começavam a rezar.

As crianças ficavam tão assustadas que não saíam de perto das mães, ao escutarem qualquer ruído estranho perto da casa. A lenda dizia que a Cabra Cabriola é astuta como uma raposa e que tem um mau cheiro terrível.

Em casa de menino obediente, bom para a mãe, que não mijasse na cama e não fosse traquino, a Cabra Cabriola não passava nem perto.

Fonte: folclorebrasileiro

A LENDA DA CABRA CABRIOLA

 
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A CABRA CABRIOL

Nomes comuns: Cabra Cabriola, Cabriola, Papão de Meninos, Bicho Papão, etc.

Provável: O mito do Bicho papão que ataca as crianças travessas é bem antigo e remonta ao tempo da Idade Média na Europa. É uma assombração portuguesa que acabou se incorporando ao nosso fabulário.

E na América Central, há também o Gulén-Gulén-Bo, um personagem que fortuitamente assusta e come as crianças mal comportadas, e tem as mesmas características da nossa Cabriola.

No Brasil, deriva-se de um mito afro-brasileiro, onde acreditava-se tratar-se de um duende maligno que tomava a forma de uma Cabra.

Costumava atacar as mães quando estavam amamentando. E nessa ocasião, bebiam seu leite direto nos seus seios, e depois devoravam as crianças. 

Além de Pernambuco, há versões deste mito nos estados do Ceará, Bahia, Alagoas, e Pará.

A figura da Cabra Cabriola, também é mencionada na Espanha e Portugal.

Acredita-se que chegou ao Brasil durante o período da colonização portuguesa.

Fonte: Site de Dicas 

 

Lenda do Bicho-papão

O Bicho-papão está presente no imaginário de todas as crianças brasileiras. Desde pequenos ouvimos falar de um suposto monstro que aterroriza as crianças malcriadas e mal-educadas.

 

Esse “monstro” tem uma aparência assustadora e aparece no quarto das crianças desobedientes. Ele fica embaixo da cama, atrás da porta ou dentro do armário para assustá-las enquanto elas dormem.

Além disso, ele come as crianças teimosas. Com base nisso, surgiu (do verbo “papar”, que é sinônimo de “comer”).

Em algumas versões da lenda, o Bicho-papão permanece no telhado das casas, analisando o comportamento das crianças da residência.

Em relação à sua aparência não há um consenso. Para alguns trata-se de um monstro muito grande e gordo, que tem os vermelhos. Para outros, ele possui formas que se assemelham às da Cuca.

Diferença entre o Bicho-papão e a Cuca

O Bicho-papão é muitas vezes confundido com a Cuca, outra personagem do brasileiro. Ela é uma bruxa muito feia, com alguma idade, e que possui cabeça de jacaré.

Ambos estão associados à desobediência das crianças. Contudo, enquanto a Cuca rapta as crianças malcriadas, o Bicho-papão aparece em suas casas para assustá-las.

As duas apresentam um mesmo propósito educativo: as crianças têm de ser obedientes aos pais e respeitar as regras impostas.

Além da Cuca e do Bicho-papão, o Homem do saco também está presente no imaginário das crianças no Brasil. Essa figura da popular leva um grande saco onde aprisiona as crianças desobedientes.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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