Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.
A LENDA DE ARUANÃ: O CRIADOR DO POVO YNY-KARAJÁ

A LENDA DE ARUANÃ: O CRIADOR DO POVO YNY-KARAJÁ

A lenda de Aruanã: o criador do Povo Yny-Karajá

Diz a que em tempos muito antigos existia um peixe triste que vivia nas profundezas do . Aruanã não gostava de ser peixe, o sonho dele era se transformar em ser humano e viver fora das águas.

Por Redação Xapuri

Naquela época, os seres aquáticos do Araguaia sempre realizavam a linda festa do Boto, o senhor das águas, com a participação da , de sua irmã Jururá-Açú e de todos os entes do rio. Aruanã era o único que não se sentia feliz.

Um dia, Aruanã saiu da festa do Boto e foi nadando para cada vez mais longe do fundo do rio. Atraído pela luz do sol, o peixe infeliz se aproximou da superfície e, quase sem conseguir respirar, fez um pedido desesperado ao deus do Universo: “Tupã, senhor da e da , por tudo o que é mais , me tira das águas onde nasci e me deixa viver como humano!”.

Ante a súplica profunda de Aruanã, Tupã se compadeceu do seu destino e o transformou em um guerreiro forte e belo. Recebido na pelas Parajás, entidades da das matas, com elas formou família, e assim nasceu o povo Karajá, que hoje vive às margens do Araguaia.

É por essa razão que, todos os anos, em noites de lua cheia, os fazem o belo ritual de Aruanã, com cantos e danças, para celebrar o criador da nação Karajá.

Nota da Redação: Lenda reescrita com base em informações disponíveis em livros sobre e na Internet. 

 

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA