Ada Colau, prefeita de Barcelona, no Twitter: “Preste atenção, Bolzonaro, Marielle vai te tirar do poder.”

Ada Colau enviou mensagem dura ao presidente brasileiro em postagem no Instagram no dia em que fez um ano do assassinato da vereadora carioca

Por: Taíza Brito  taizabrito

A prefeita de Barcelona, Ada Colau, se manifestou duramente hoje através do Instagram sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, numa postagem direcionada ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro: “Preste atenção Jair Bolsonaro, Marielle vai te tirar do poder que hoje usurpas com mentiras, , ameaças e crueldade”. A publicação foi feita no dia em que completa um ano do atentado no Rio de Janeiro, no qual também morreu o motorista Anderson Gomes, que dirigia o carro alvejado por uma chuva de tiros.

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Postagem de Ada Colau no Instagram vem acompanhada de ilustração de Cristiano Siqueira do rosto de Marielle

Na postagem, Colau, que tem quase 31 mil seguidores na rede social, diz ainda: “Marielle somos todas. Marielle é nossa força e nossa determinação. Marielle é e o amor vencerá”, completando com a hastag #MariellePresente. A postagem vem acompanhada de uma ilustração de Cristiano Siqueira (@crisvector) do rosto de Marielle.

Muitos dos seguidores de Colau celebraram a postagem da prefeita. “Marielle vai derrotar a Bolsonaro. Não tenho dúvidas”, diz o internauta identificado como Bruno Bimbi. A brasileira Vanessa Matos escreveu: “Obrigada Ada Colau. Sou brasileira, mulher e muito feliz por viver em uma cidade como Barcelona”. O seguiidor Kelson Henrique disse: “Que grande eres prefeita. Minha admiração e respeito sempre”.

Ada Colau (@adacolauofficial) é oriunda dos , tendo atuado numa plataforma que combate os despejos habitacionais provocados pela econômica na Espanha.

Em Barcelona, também houve manifestação do coletivo Brasileiras contra o fascismo, que rendeu Marielle e Anderson em ato realizado no centro da cidade. Ativistas de discursaram e foi divulgado um manifesto cobrando que a polícia brasileira chegue ao mandante do crime. No ato houve ainda apresentação de grupos de capoeira e apresentações musicais.

Fonte: taizabritomundoafora.ne

Taíza Brito -Jornalista pela Universidade Federal de Pernambuco. Posgraduada pela Universidade Autônoma de Barcelona (La Comunicación de los Conflictos y de la Paz) e Universidade Católica de Pernambuco (Jornalismo Político). Correspondente internacional freelance em Barcelona, onde também escreve o blog La Forastera (Vilaweb).

 

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“Quantos mais vão precisar morrer para que essa acabe?” – Marielle Franco
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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