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Agricultura familiar cresce no Mato Grosso do Sul

Agricultura familiar ganha impulso e gera impacto no Mato Grosso do Sul

Vem de Glória de Dourados, no Mato Grosso do Sul, a história que vou contar aqui hoje. A Associação dos Produtores de Orgânicos do Mato Grosso do Sul (APOMS) busca tornar a agricultura familiar sustentávelpor meio de processos agroecológicos e fortalecer os laços de solidariedade entre os elos da cadeia produtiva.
Funcionando em forma de rede de agroecologia, a APOMS é composta por pequenos agricultores familiares, assentados de , populações quilombolas, indígenas e jovens da zona rural, unidos pela produção e comercialização de produtos agrícolas sob os princípios de agroecologia, produção orgânica e comércio justo. São 160 famílias em 12 municípios no entorno da cidade de Dourados. O principal bioma local é o .
Olácio Komori, um dos fundadores da APOMS, traz na ponta da língua os dados que motivam o trabalho: no Mato Grosso do Sul, há cerca de 70 mil agricultores familiares e 85% do que é vendido no Ceasa da região vem de outros estados.
“Os pequenos agricultores da região costumavam enfrentar três grandes problemas. O primeiro era a falta de assistência técnica e inovação tecnológica focada em pequenas unidades produtivas. Segundo, apesar das e da disponibilidade de fontes de financiamento, eles ainda tinham dificuldade em acessar linhas de crédito. Terceiro, devido à pequena escala e dispersão geográfica, isolados, não se mostravam capazes de usar canais tradicionais de distribuição dos alimentos que produziam”, diagnostica.
A solução proposta pela APOMS é a estruturação de uma rede de pequenos agricultores e organizações de apoio, empregando indivíduos e empresas para permitir que os mesmos superem essas limitações e se integrem ao mercado local, melhorando e qualidade de vida e oferecendo alimentos mais saudáveis aos consumidores.
A Associação foi fundada há 18 anos, e aos poucos foi se tornando conhecida por sua liderança e expertise em agricultura sustentável entre pequenos produtores. Agricultores e organizações de municípios próximos, apesar de não serem membros da entidade, se aproximaram para ganhar conhecimento e melhorar sua produção.
Credenciada no MAPA desde 2013 como certificadora de produtos orgânicos na modalidade participativa (já escrevi sobre esse tipo de certificação aqui no Conexão Planeta), a associação implementou e gerencia um entreposto de comercialização em Dourados, segundo maior município do Mato Grosso do Sul, em 2017.
Para consolidar e desenvolver canais de distribuição da produção, foi criada uma cooperativa, a COOPERAPOMS. E a rede da associação conta ainda com parcerias com a Embrapa, SENAR e Universidade Federal de Dourados.
Mas os avanços não param por aqui. O estabelecimento de um posto de atendimento da Cresol, maior cooperativa de crédito rural solidário do país, em Mato Grosso do Sul, e a recente inauguração de um Centro de Formação e Apoio Tecnológico para Agricultura Familiar trouxeram condições ainda mais favoráveis aos agricultores familiares. O centro foi instalado em uma área pública do governo do Estado, e já abriga formação com jovens, unidade de produção de insumos para agricultura orgânica, banco comunitário de sementes e mudas. E em processo de implementação no mesmo espaço está um laboratório de controle biológico.
A APOMS recebeu apoio financeiro de três programas sociais na forma de subvenções ou doações, o que permitiu a criação do modelo de produção da rede e a infraestrutura – estabelecimento do entreposto, produção de mudas e implementação de fazendas modelo – somando US$ 2,1 milhões.

Benefícios para todos

O impacto positivo nas comunidades locais também acontece com o fornecimento de produtos mais saudáveis (orgânicos) tanto para compradores nos mercados de rua, como para crianças em dezenas de escolas públicas. As atividades da cooperativa levaram à criação de novos negócios, contribuindo para o desenvolvimento local e fomento ao empreendedorismo.
“Observamos um movimento de volta para a fazenda, que demonstra que a agricultura familiar é novamente uma opção econômica e não obrigação intergeracional. Há um aumento também no número de jovens que querem ter um papel na APOMS e nas fazendas dos pais”, avalia Olácio.
A APOMS integra o Mapeamento sobre Investimento de Impacto em Agricultura Climate-Smart no Brasil – realizado pela Alimi Impact Ventures e pela Rabobank Foundation, com a colaboração da USP, Impact Hub e Center For Organization Studies (Cors) -, que foi apresentado em São Paulo, neste mês de julho. O trabalho traz uma visão geral do investimento de impacto em agricultura climate-smart no país, especialmente nos , e Cerrado.
Assista ao vídeo para conhece um pouco mais da rede APOMS:

 

Mônica Ribeiro – Jornalista e mestre em Antropologia.
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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