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ALAÍDE, A FILIADA MAIS IDOSA DO PT-FORMOSA

ALAÍDE, A FILIADA MAIS IDOSA DO PT-FORMOSA

Homenagem para Alaíde, a filiada mais idosa do PT-

Ela carrega consigo o orgulho de ter recebido em sua casa Alexandre Padilha, à época ministro da Saúde do Governo Dilma Roussef, hoje  ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República do Governo Lula. 

Por Zezé Weiss

Octogenária, Alaíde Mendes Ferreira, a filiada mais idosa do Partido dos Trabalhadores em Formosa, Goiás,  nasceu em 1940,  no município de Formosa, na roça, em situação de extrema .

Seu pai faleceu muito cedo, deixando a esposa e onze filhos. A mãe, Dª. Bonifácia, lutou com todas as forças para conseguir criar sozinha os filhos órfãos de pai.

Porém eram tempos muito difíceis para uma , viúva e trabalhadora do campo. O irmão mais velho, então, distribuiu os filhos e filhas em casas de pessoas abastadas, para possibilitar-lhes a oportunidade de uma vida melhor.

Alaíde foi criada por Dª. Nair de Castro e Monteiro Guimarães (Lude) juntamente com os dois filhos biológicos do casal e mais dois filhos  também adotivos. Morou na casa dessa família até os 18 anos, quando casou-se com Cid Ferreira, em 1959. 

Do casamento com Cid nasceram Pedro Henrique, Mônica e Cid Junior. Dedicou-se a criar os filhos. O marido era caminhoneiro, estava sempre ausente em longas viagens e ela era responsável pela da filha e dos filhos, quase que sozinha. E o fez com dedicação e maestria.

ALAÍDE, A FILIADA MAIS IDOSA DO PT-FORMOSA
Foto: Arquivo Pessoal

Alaíde, sempre muito guerreira, dedicou-se aos estudos e à vida profissional depois que os filhos já estavam adultos.

Como não teve oportunidade de  estudar quando jovem, terminou os estudos básicos, fez o Lumem, que equivale ao curso de magistério e, logo após, o curso de enfermagem.

Trabalhou muito em sala de aula, foi responsável pela alfabetização de adultos e crianças também.

Posteriormente assumiu como escriturária do estado, chegando a ocupar o cargo de chefe de secretaria na Escola Helena Nasser, aqui em Formosa. 

Ficou viúva aos 72 anos. Hoje dedica-se ao cuidado de sua casa, suas plantas (tem mão boa, tudo o que planta vinga), seus netos e bisnetos queridos.

É também exímia bordadeira e gosta de viajar. 

 

 

 

 

MILITÂNCIA NO PT

Filha obediente, Alaíde conta que sempre votou no pai, influente político local – foi vereador e prefeito pela ARENA, o partido da na transição da Ditadura para o regime democrático,  mas nunca se envolveu com as campanhas, nem fez militância partidária,  até o surgimento do PT na vida dela. 

Por influência do filho Pedro Henrique, dirigente do PT-Formosa, Alaíde é filiada ao PT, segundo os registros do Partido,  desde o ano de 2006. 

No PT, Alaíde conta que gosta de tudo, das reuniões (hoje quase não vai mais pela logística, que ficou difícil), das carreatas (pega carona com Pedro e Consuelo, a nora também militante), de pedir voto na vizinhança, e de votar no 13, chapa fechada, “porque petista que é petista  só vota no PT.” 

ALAÍDE, A FILIADA MAIS IDOSA DO PT-FORMOSA
Foto: Zezé Weiss

Alaíde faz questão de dizer que em 2022 votou em Jorge Antonini para deputado federal, “para fortalecer o PT de Formosa”, e em Bia de Lima para deputada estadual, “porque Bia é da Educação e porque o PT precisa de mais mulheres na linha de frente.”

Apaixonada por Lula, Alaíde sentiu muito não ter participado festa da posse, por razões de saúde. “Eu queria muito ter ido pra , mas no final vi tudo pela televisão. Aquela subida da rampa com o foi emocionante demais, não foi? O nojento achou que ia estragar a festa, mas se lascou, foi bom demais ver aquele tanto de gente humilde ali, dando posse pro Lula!”

Zezé Weiss – Jornalista. Matéria-homenagem escrita com base em entrevista concedida por Alaíde em 03 de março de 2023. Fotos feitas por Zezé Weiss durante a entrevista.

 

Respostas de 2

  1. Alaíde e um exemplo para todas nos mulheres ,o que muito me orgulha já que sou sobrinha e afilhada dela e também militante do PT, tenho grande admiração por nosso presidente e acompanho a vida dele desde quando ele começou como sindicalista no ABC e sem dúvidas aprendi muito com sobre política e o PT com Alaíde e Pedro Henrique.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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