Alerta ao futebol brasileiro: 7 X 1 repercutindo
Voltando às Seleções de 58, 62 e 70, temos um esquadrão não só respeitado como Time Tricampeão do Mundo, mas artistas do drible, da “folha seca” do Didi, e do improviso imbatível de Pelé e de Garrincha
Por Adair Rocha
Voltando às Seleções de 58, 62 e 70, temos um esquadrão não só respeitado como Time Tricampeão do Mundo, mas artistas do drible, da “folha seca” do Didi, e do improviso imbatível de Pelé e de Garrincha.
Dando a volta, no tempo e no estádio, o mercado do futebol é que ficou imbatível, hoje. Grande parte dos jogadores brasileiros estão em times estrangeiros. As convocações obedecem a esses critérios, em função das vendas e compras.
Enquanto isso, jornalistas esportivos/as partem do pressuposto de trabalharem com a paixão das pessoas. Como trabalhar com coerência com esse processo que tem consequências diretas e imediatas na vida de quem joga, que torce, que cria utopias.
Vale, aqui, lembrar a transversalidade entre o campo religioso, o carnaval e o futebol, como opção de vida, tradução e tradição da fé, ao tempo da inversão dos significados das contenções, das burocracias e das hierarquias sociais.
O que se vive hoje, parece narrativa do impossível, na medida em que a paixão continua e o espetáculo se esvai. Apega-se, assim, aos Clubes e se distancia da Seleção. Também pudera, o time Pentacampeão do mundo não chega à semifinal da Copa América.
Você para pra ver Brasil e Colômbia e acaba vendo Colômbia e Brasil. Isso em meio à contradição de jogadores caríssimos, sem qualquer comparação às Seleções Campeãs do Mundo com jogadores mitos, que nunca saíram de seu Time, ou do Brasil. Pelé, Garrincha, Tostão, Didi, Zito, Gerson, etc., são patrimônios históricos, seguidos de Zico, Romário e Vini Jr.
Uma primeira conclusão diz da arte do futebol como um bem coletivo, absolutamente, praticado nas Seleções que chegaram ao Tricampeonato. Hoje, essa mesma arte exige uma dedicação incansável de atletas envolvidos, absorvidos e submetidos à lógica individualista e competitiva.
Essa paixão brasileira está órfã. É urgente, sermos felizes, novamente, soltando o grito preso na garganta, já a um certo tempo. Espanha e Colômbia inspiram nosso momento!
Adair Rocha – Professor Titular da UERJ. Autor de Cidade Cerzida. Conselheiro da Revista Xapuri. Capa: Reprodução enviada pelo autor.