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ARPINSUL REÚNE DOAÇÕES PARA AJUDAR POVOS INDÍGENAS

ARPINSUL REÚNE DOAÇÕES PARA AJUDAR POVOS INDÍGENAS

Arpinsul reúne doações para ajudar atingidos pelas inundações no RS

Desde o mês de abril (29), milhares de pessoas estão sofrendo com o desastre climático provocado pelas fortes chuvas no estado do . Dentre o trágico número de vítimas atingidas pelas estão os povos da região da etnia Kaingang e , considerados um dos grupos mais vulneráveis diante das

Por Redação/

Mediante a tragédia climática, a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ARPINSUL), e demais instituições indígenas e indigenistas, estão se mobilizando em ação conjunta que está concentrando todos os esforços em uma campanha centralizada voltada para prestar apoio às vítimas das fortes chuvas que está afetando territórios e populações indígenas que vivem no Rio Grande do Sul. 

ARPINSUL REÚNE DOAÇÕES PARA AJUDAR POVOS INDÍGENAS
Fonte: Comunidades e territórios indígenas afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Levantamento conjunto feito por Cimi Regional Sul, Comissão Guarani Yvrupa (CGY), FLD/Capa: Cepi/RS. Mapa: Tiago Miotto/Cimi

Lamentavelmente, centenas de famílias indígenas tiveram suas moradias destruídas e foram obrigadas a deixarem suas aldeias para se locomoverem para abrigos. Até o momento, estima-se que cerca de 600 famílias da etnia Kaingang e 760 famílias Guarani foram atingidas diretamente pelo desastre climático, além disso, mais de 4400 famílias Kaingang também foram atingidas indiretamente.

Por esse motivo, a ARPINSUL está disponibilizando a conta bancária de uma organização parceira, o Conselho Indigenista Missionário – CIMI, para que toda a ajuda financeira seja centralizada . A sua contribuição e apoio é muito importante e necessário neste momento catastrófico e extremo da sobre a região.

Ajude os povos indígenas atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul! Você pode depositar diretamente na conta:

Comissão Guarani Yvyrupa
Chave Pix: 21.860.239/0001-01

Arpinsul x CIMI
Banco do Agência: 0321-2
Conta Corrente: 128891-1

Chave Pix: 566601e8-72b1-4258-a354-aa9a510445d1

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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