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ARTISTA CRIA PAINEL COM 200 MIL TAMPINHAS

ARTISTA CRIA PAINEL COM 200 MIL TAMPINHAS

Artista cria painel com 200 mil tampinhas

O venezuelano Oscar Olivares criou uma impressionante obra e transformou resíduo plástico em beleza urbana

Por Natasha Olsen
 
Oscar Olivares é um artista venezuelano de apenas 23 anos que está usando a arte como forma para trazer beleza e sustentabilidade ao mundo. “Mais do que estudar e usar diferentes técnicas, uso a arte para ser feliz e expressar meus sentimentos e ideias”, explica o jovem artista.
 
Em parceria com uma organização ambiental local, a OkoSpiri, e com o movimento Arquitectura para el Futuro, Oscar criou um gigantesco mural usando tampinhas de plástico de garrafa e de outros recipientes. Foram necessários 3 meses de trabalho e 200 mil tampinhas.

O resultado é impressionante: um painel de 45 metros de largura e com uma altura que varia entre 3,5 e 7,25 metros em diferentes pontos. A obra de arte fica na cidade de El Hatillo, na Venezuela.

O processo foi trabalhoso e envolveu a colaboração de diferentes pessoas e empresas locais que doaram materiais e ajudaram com a mão de obra. “Sou muito feliz desenhando e criando. O que mais quero é que as pessoas sintam a mesma felicidade quando olhem para as minhas obras”, conta Oscar.

A alegria e felicidade sem dúvida estão estampadas na composição que mudou este pedaço da cidade – são araras em seu habitat natural, com todas as suas cores e belezas.

Além das araras, o mural traz flores como girassóis, as montanhas do Parque Nacional El Ávila, construções em uma paisagem verde e um céu estrelado, além de outros elementos criados pelo artista.Um exemplo de como a arte pode transformar as cidades e de como é possível reaproveitar resíduos: ao invés de poluírem o meio ambiente, estas 200 mil tampinhas ajudaram a tornar o ambiente mais bonito para todos.

Fonte: Ciclo Vivo

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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