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Repúdio absoluto ao atentado contra Lula

Repúdio absoluto ao atentado contra Lula

A única resposta admissível ao atentado contra a caravana de Lula é o repúdio absoluto e sem ressalvas. Não existe “mas”. Um líder político estava em campanha pelo país e foi atacado a tiros. Ponto.

Por Luis Felipe Miguel

 
 
 
Ao lado do editorial, a coluna de Roberto Dias, que consegue ser um dos piores jornalistas da Folha, usa Vicente Matheus para minimizar a agressão contra Lula (“quem sai na chuva pode se queimar”) e insinua que o ataque foi buscado pelo PT (para se vitimizar, é claro). Em seguida, Bruno Boghossian, que entrou no jornal para ocupar a posição de voz da centro-esquerda (cada vez mais desbotada), elabora a tese de que o atentado é um indício da frustração daqueles que querem Lula preso. Em suma: tem que prender o homem (apesar do artigo 5º da Constituição) para pacificar o país.
Pior, para mim, é ver uma parte da esquerda rebolando para evitar prestar solidariedade ao Lula. Uma parte bem menor, é verdade: o belo gesto de Boulos e Manuela em Curitiba, ontem, mostra que as principais lideranças não embarcam nessa. Vejo um discurso que é como se tivéssemos que “escolher” entre Marielle e Lula, o que me parece um absurdo. No Rio ocorreu uma tragédia, duas pessoas perderam a vida. Mas, como indício da espiral ascendente da violência política no país, o atentado no Paraná não é menos relevante.
Achei particularmente chocante uma postagem, que me mostraram agora, de um professor que é considerado guru por alguns.
Esse mesmo professor, cerca de um mês atrás, suspendeu por uns instantes suas então elevadas pretensões político-eleitorais para zombar dos cursos sobre o golpe de 2016 – que, aliás, ele nega que tenha sido um golpe, nisso se juntando a Olavo, Constantino e Mendonça. Dizia ele que o MEC devia estar preocupado era com ele, que ia dar aulas sobre Marx!
Bom, eu também dou aulas sobre Marx, assim como milhares de colegas pelo Brasil afora, e não gostaria de que ameaças recaíssem também sobre elas. A brincadeira mostra enorme insensibilidade diante da gravidade da situação que vivemos. Ou talvez ele ponha muita fé no fato de que, em geral, a única reação que certo marxismo acadêmico é capaz de provocar são bocejos…
Pois agora ele diz o atentado contra a caravana está sendo “magnificado” pela propaganda petista, com objetivo de anunciar uma “suposta” onda fascista para “deseducar” as massas e desviar a esquerda de seu principal objetivo, que é… distanciar-se de Lula. É uma cegueira deliberada provocada por vaidade doentia.
É uma demonstração brutal do quadro psicanalítico de alguns integrantes da nossa extrema-esquerda, que nunca vão perdoar Lula por não ser aquilo que eles projetavam que ele seria. É uma irresponsabilidade diante do cenário gravíssimo em que nos encontramos. E é uma incrível ignorância da história.
Felizmente, o tal professor não tem uma fração da influência política que finge ter. Suas declarações têm impacto insignificante. Mas o discurso que ele veicula, que minimiza a dimensão do retrocesso em curso no Brasil para preservar a proporção de sua pretensa radicalidade em relação a outras correntes do campo popular, é de fato, como dizem por aí, a esquerda que a direita gosta.
Lula onibus tiros 1
Publicado pelo professor Luís Felipe Miguel em sua página no Facebook em 29 de março de 2018


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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