BIA DE LIMA: “A NOSSA LUTA NÃO VAI PARAR”

BIA DE LIMA: “A NOSSA LUTA NÃO VAI PARAR”

“A nossa luta não vai parar”, Bia de Lima enaltece atuação sindical durante abertura do 11º Congresso do Sintego

Teve início nesta sexta-feira, 22, o 11º Congresso do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), que tem como tema: Educar para cuidar do planeta.

Por Sintego

O evento, que é crucial para a categoria, reúne cerca de 1.200 delegados entre professores, administrativos e aposentados de todo o estado para discutir e formular propostas que visem a valorização, a melhoria das condições de trabalho e de existência dos trabalhadores da Educação e o fortalecimento do ensino público para a formação cidadã do povo goiano.

Durante a abertura, a deputada estadual e presidenta do Sintego, Bia de Lima, agradeceu a presença de todos os participantes e ressaltou a importância da realização do evento, após seis anos do último Congresso, adiado em razão da pandemia.

Também presidente da comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bia falou sobre a representação da categoria na Casa de Leis, por meio do mandato conquistado em 2022.

“Na semana que vem, o Sintego fará 36 anos e, se chegamos até aqui, devemos a quem esteve aqui desde o começo, pessoas fortes, dedicadas e que construíram uma história de resistência a tantos embates.

Foram greves, organizações, muita luta e também muitas conquistas e, por isso, fica o nosso eterno agradecimento, com a certeza de que novos trabalhadores e novos militantes vão chegando e fazendo do Sintego esse espaço de defesa da categoria, que forma todas as outras profissões”, disse Bia de Lima.

De acordo com a deputada, mesmo com muita luta, a categoria percebeu a necessidade de uma representação legítima dos trabalhadores em Educação dentro da Alego, após episódios de perdas significativas.

“O ano de 2019 foi muito duro e difícil. É uma pena que os governos não nos respeitam devidamente. Foi um momento de muita luta, quando perdemos o quinquênio, a licença-prêmio, os aposentados, que deram o sangue e a sua competência para a Educação, foram taxados em 14,25%.
Lutamos muito para que tudo isso não fosse aprovado, mas foi ali que o nosso povo percebeu a falta que fazia não ter alguém da categoria para defender a causa de perto.
Percebemos que era necessário ter voz e representação dentro da Alego, eleger outros deputados de outras categorias não era suficiente, era necessária uma defesa com mais ênfase. Com essa compreensão, a categoria decidiu que teria voz naquela Casa.
Aqui, como deputada eleita pela categoria, quero agradecer a todos pela luta, parceria e que todos possam nos acompanhar. Este mandato conferido a minha pessoa pertence à Educação, ao Sintego e a vocês”, pontuou a parlamentar.

“Precisamos, mais do que nunca, fortalecer a nossa luta, sabíamos que não seria fácil, contudo não imaginávamos que seria tão difícil, com pessoas tão conservadoras, mas é com esse compromisso que eu tenho com a Educação que estaremos fazendo a defesa todos os dias até por fim em todos esses desmandos, para que os concursados sejam aprovados, que tenham perspectiva de carreira, que a juventude volte a se inspirar, para que não haja um apagão da Educação, que não sejamos atacados em plataformas de denúncias. O medo não nos calará, com nenhum tipo de ameaça, seja como for. A nossa luta não vai parar. Vamos garantir o desenvolvimento e os avanços por que tanto lutamos. Meu apreço, minha dedicação e meu agradecimento pela luta de todos vocês”, concluiu ela.

Participaram da mesa a diretora executiva da Revista Xapuri e do Comitê Chico Mendes, Zezé Weiss; diretora da Central Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE), Rosilene Corrêa Lima; representando o SINPRO-GO, professor Mardônio Pereira da Silva; presidente do Conselho Municipal de Educação de Goiânia, Márcio Carvalho dos Santos; diretor da CUT-GO, Napoleão Costa; presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE-GO), Prof. Flávio de Castro; representando o secretário municipal de Educação de Goiânia, participou o Diretor Pedagógico da SME, Rodrigo Melo; representando a deputada federal Adriana Accorsi (PT), Marcos Soares; Presidente do Fórum Estadual de Educação e diretora da Faculdade de Educação da UFG, Professora Lueli Duarte; diretor LGBT da União Nacional dos Estudantes (UNE), Adriel Ferreira; presidente da União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO), Eliza Cirqueira; representante dos Grêmios Estudantis, Samuel Zuncheddu; e ainda Roberto Miguel, representando a ECOCUT. (preciso confirmar esses nomes – sei que alguns faltaram)

O encontro promove um espaço de diálogo e reflexão sobre os desafios enfrentados pela Educação em Goiás, mas também é uma oportunidade para fortalecer a união entre os trabalhadores, fomentar a luta por direitos e garantir que a voz dos Educadores seja ouvida nas esferas políticas.

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Com continuidade até domingo, 24, serão realizadas conferências e mesas de interesse que abordarão temas como a valorização do profissional da educação, políticas públicas e estratégias de mobilização, luta antirracista, diversidade, aposentadoria, saúde mental e saúde do trabalhador, entre outros.

A programação busca promover a troca de experiências e fortalecer a luta por melhores condições de trabalho e ensino. Além disso, o congresso é uma oportunidade para os participantes se reunirem, trocarem ideias e definirem ações coletivas em defesa da educação pública.

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p style=”text-align: justify;”>Fonte: Sintego

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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