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BOLO DE ARROZ DE DIAMANTINA

BOLO DE ARROZ DE DIAMANTINA

Bolo de arroz de Diamantina: Receita imperdível!

INGREDIENTES:

• 150 g de arroz em pó
• 100 g de arroz cozido
• 1 xícara de abóbora cozida e amassada
• 1 xícara de banha
• 1 xícara de óleo
• 1 xícara de manteiga
• 2 xícaras de queijo ralado
• meio litro de
• 2 xícaras de açúcar
• 1 xícara de farinha trigo sem fermento
• 3 ovos
• 50 g de fermento biológico fresco
• 1 colher de sopa de canela
• 1 colher de sopa  de cravo

MODO DE PREPARO:

Cozinhar a abóbora e amassar. Cozinhar o arroz só com água. Em uma panela, coloque a banha, o óleo e a manteiga e deixe derreter. No liquidificador, bata o pó de arroz, o trigo, a abóbora, os ovos e o leite. Em seguida, despeje em uma vasilha grande e acrescente o arroz cozido, a manteiga, o óleo e a banha derretidos, misture até ficar no ponto. Depois, adicione o açúcar, o queijo ralado e misture bem. Acrescente a canela, o cravo e por último o fermento biológico. Coloque em uma forma e deixe assar por alguns minutos.

Você sabia?

Esta receita é reconhecida como imaterial do município de Diamantina, a 291 km de Belo Horizonte: o bolo de arroz. 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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