Brasil debate meio ambiente e economia com Alemanha

debate e com Alemanha

Ao longo do dia, as duas nações devem assinar um total de 20 acordos bilaterais

Por André Cintra/Portal Vermelho

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Alemnaha, Frank-Walter Steinmeier, se reuniram na manhã desta segunda-feira no Palácio Bellevue, em Berlim. Segundo o Planalto, o País aproveitou a visita para destacar a pauta que pretende priorizar na condição de presidente rotativo do G20 – grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

Os dois chefes de Estado participaram, ao lado de ministros de ambos os países, da 2ª Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível. “O Brasil voltou a ter um governo que trabalha e é referência positiva no mundo”, destacou Lula, em suas redes.

“Conversamos com o (Fazenda) sobre os avanços na economia e com o ministro Rui Costa (Casa Civil) sobre investimentos no Novo PAC. Também falamos da retomada da proteção ambiental com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do ) e com o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) sobre a Presidência do Brasil no G20”, agregou o presidente Lula.

As chamadas Consultas de Alto Nível tiveram início há oito anos. Na primeira reunião do gênero entre os dois países, em , nos dias 19 e 20 de agosto de 2015, a a Alemanha foi representada pela chanceler Angela Merkel, por sete ministros e por cinco vice-ministros. A presidenta no Brasil, na ocasião, era Dilma Rousseff.

A segunda rodada das Consultas foi elogiada Frank-Walter Steinmeier. Segundo o presidente alemão, a volta de Lula à Presidência da República viabilizou a retomada de pautas estratégicas para o país europeu, especialmente “a proteção do meio ambiente e da Amazônia”.

Ao longo do dia, as duas nações devem assinar um total de 20 acordos bilaterais. Além de meio ambiente haverá parcerias nas áreas de mudança do clima, global, agricultura, bioeconomia, energia, , , tecnologia e .

“Vamos reforçar nossa parceria e cooperação em muitas áreas. Estamos retomando o diálogo com os alemães que tinha sido abandonado em governos anteriores, uma das maiores e mais avançadas economias do mundo”, disse Lula.

À tarde, Lula e a comitiva brasileira se reuniram com o chanceler federal Olaf Scholz e com a presidenta do Conselho Federal e governadora do estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Manuela Schwesig. Foi o quinto encontro entre Scholz e Lula desde a posse do presidente brasileiro para seu terceiro mandato.

“A Alemanha foi a quarta maior origem de importações do Brasil no ano passado. Mais de mil empresas alemãs atuam no Brasil”, informou o Planalto. “Segundo dados do Banco Central, a Alemanha é a 8ª origem de investimentos diretos no Brasil, com US$ 23,73 bilhões em estoque.”

Fonte: Portal Vermelho Capa:  Ricardo Stuckert


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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