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Bioplástico feito de resíduo de açaí

Bioplástico feito de resíduo de açaí: conquista brasileira

A humanidade vem enfrentando cada vez mais desafios para substituir produtos nocivos ao por soluções ecológicas e proporcionalmente vantajosas economicamente. Sabemos que existem ideias inovadoras e com potencial de desenvolver na sociedade, mas sempre há o pior obstáculo de todos: capital financeiro para levar adiante. Pensando nisso, o engenheiro florestal, Mário Scatolino, elaborou uma tese de doutorado sobre transformar resíduos de açaí em bioplástico. O projeto vem ganhando mais desenvolvimento com o trabalho dos pesquisadores Tarcísio Alves e Tiago Marcolino, da Universidade do Amapá.

Por Maria Letícia Marques

O açaí é um fruto brasileiro com bastante destaque nas regiões Norte do país. Há quem o ame e quem odeie. Mas, inegavelmente, ele tem ganhado o coração de muita gente atualmente. 

Com a tese de doutorado, proposta por Mário Scatolino, ele pode ganhar também outra forma de ser utilizado. O processo para criação do bioplástico passa por um sistema de secagem e lavagem. Leva cerca de 7 dias para finalizar o processo.

O subproduto a ser obtido no final se chama filme de nanocelulose. A expectativa é que o material seja similar ao plástico e possa substituir pelo material convencional, que causa muitos danos ao meio ambiente. 

nanocel
Plástico de açaí: caroço da fruta da Amazônia é transformado em embalagens biodegradáveis — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

A proposta de usar um fruto tão importante economicamente e culturalmente para regiões do Norte, como , Amapá e Pará, com certeza é um elemento crucial para que essa ideia continue sendo desenvolvida. Além disso, conciliando a produção do produto com , garantindo mais benefícios ao meio ambiente.

A pesquisa inovadora ainda está em fase laboratorial, mas é mais uma das ideias que nos fazem ter esperança de um futuro melhor. 

Maria Letícia Marques – Colunista voluntária da . Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade da autora. 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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