A lenda do Carbúnculo

A Lenda do Carbúnculo, o lagarto mágico com um diamante na testa

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A Lenda do Carbúnculo, o lagarto mágico com um diamante na testa

O carbúnculo é um lagarto mágico que carrega um grande diamante bem no centro da testa. Reza a lenda que esse ser fantástico vive com seu único dono, um ex-sacristão, no Rio Grande do Sul, nos morros que ficam na divisa do Brasil com o Uruguai.

Dizem que o carbúnculo é um ser do bem que usa a luz do seu diamante para afastar malfeitores. Dizem também que é tão bondoso e que quando encontra uma pessoa muito pobre, tira o diamante da cabeça e entrega para essa pessoa. No lugar, nasce outro.

Alguns relatos reportam que o carbúnculo é também conhecido como a “Salamanca do Jarau”, um ser mítico que vivia nas missões do sul do Brasil desde os tempos dos jesuítas. Hoje, continua por lá, emitindo raios de luz do diamante encravado na sua cabeça. Contam também que, à noite, se transforma em uma linda mulher.

Você sabia?

Os lagartos pertencem ao grupo de animais chamados répteis e têm o corpo coberto de escamas em lugar de pelos ou de penas. Existem mais de 3 mil espécies, ou tipos, de lagartos. Iguanas, camaleões, lagartixas e os lagartos da família Scincidae são alguns desses tipos.

Os lagartos são animais de sangue frio. Por isso, a maioria deles procura lugares quentes para viver. Muitas espécies habitam regiões tropicais úmidas ou desertos secos. Os lagartos vivem debaixo da terra, sobre o chão ou em árvores e plantas. Algumas espécies passam parte do tempo na água. (Fonte: Wikipedia)

 


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!