Carta aberta a juventude e organizações jovens no Brasil
Estamos vivendo em uma época sem precedentes, em que parece que tudo o que sabemos e entendemos de repente foi colocado em risco, e as regras antigas as quais regiam nossas vidas não se aplicam mais. Avaliamos o presente e o passado, para buscarmos respostas sobre as ameaças globais que atualmente enfrentamos, tais como a pandemia e os desastres climáticos. A COVID-19 nos dá a chance de fazer um balanço dos riscos que estamos assumindo em nosso relacionamento insustentável com o meio ambiente e aproveitar a oportunidade para reconstruir nossas vidas de maneira mais ambientalmente responsável.
Em face desta pandemia, reconhecemos o potencial criativo e o impulso dinâmicos que a juventude tem a capacidade de reimaginar nosso mundo e transformá-lo para melhor. Ao celebrarmos o Dia Internacional da Juventude com a temática de “Engajamento jovem para Ação Global”, uma vez mais reconhecemos, enquanto instituição, o papel da movimentação jovem na concretização das mudanças necessárias no presente, para que se assegure o futuro.
Na coletiva de imprensa da abertura da 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o Secretário Geral António Guterres expressou uma mensagem de humildade e esperança, assumindo que sua geração não foi capaz até agora de enfrentar com eficácia os problemas das mudanças climáticas e muitos outros desafios que enfrentamos. Entretanto, apontou com esperança sua expectativa para que a juventude consiga assumir a liderança necessária para reunir todas e todos a fim de pressionar às suas sociedades e aos seus governos, para que o mundo se una nas derrotas da pandemia, a mudança climática, da ameaça nuclear, do mau uso das novas tecnologias. Numa expectativa de criação de um novo contrato social para restabelecer a confiança entre os povos e organizações internacionais e governos, e um novo acordo global para uma globalização justa, com que o progresso chegue até todas e todos.
Não existem direitos humanos em um planeta morto ou doente, diante disso é que cada vez mais se reconhece o direito a um meio ambiente saudável como um direito fundamental. Esse progresso é um reflexo da realidade de que o mundo não pode enfrentar de forma eficaz as questões ambientais sem abordar os direitos humanos, bem como os direitos humanos não podem ser protegidos de forma adequada sem levar em consideração as questões ambientais.
A força da juventude está em sua inquietação e insatisfação, em seu potencial de parar o mundo numa sexta-feira em reflexão sobre o futuro. Sua falta de experiência, permite que vejam as questões antigas com novos olhos e proponham soluções jamais pensadas. Energia, conectividade e resiliência são ingredientes que os tornam únicos, uma geração com potencial de reconstruir melhor e, através de sua luta, garantir maior equilíbrio para um mundo saudável.
Ficamos muito felizes em ver a força da agenda ambiental crescendo no país, e ainda mais esperançosos quando vemos essa causa florescer em crianças e jovens. O mundo precisa de vocês, e por isso, nós do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente parabenizamos e encorajamos essas iniciativas, para que o trabalho cresça e os frutos sejam colhidos.
Um grande abraço,
Denise Hamú
Representante
PNUMA – Escritório do Brasil
<
p style=”text-align: justify;”>