Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

Carta de Lula: “O importante é deitar no travesseiro de cabeça tranquila”

de : “O importante é deitar no travesseiro de cabeça tranquila”

Lula: “O importante é deitar no travesseiro de cabeça tranquila”

2019 07 16 MauroLopes

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da escreveu uma carta ao jornalista Mauro Lopes, apresentador do programa Paz e Bem. No texto, Lula responde uma correspondência de Lopes e fala da importância da e do humanismo em tempos de . Leia a íntegra:

Querido irmão Mauro Lopes,

1º Recebi sua carta datada de 07 de 07/2019 já li e reli sua carta que vou guardar como um documento histórico.

2º Mauro de um grande abraço no amigo Lima de Vasconcelos, e diga que tenho acompanhado os cursos sempre que o Marcola me manda.

Assisti a palestra do Pedro em Olinda, assisti a perseguição do juiz contra Antonio Conselheiro, e assisti você preocupado em encontrar uma explicação para a divergência entre rezar e meditar e exercer uma militância exagerada.

3º Mauro temos que rezar, meditar e militar nos tudo feito com o objetivo de encontrar motivação e prazer na nossa existência no .

Mauro sem esquecer que a só tem sentido se cada ser humano fizer as coisas com , generosidade e muito senso de humanismo. Sem esquecer de cuidar com muito amor da sua família.

Mauro, o verdadeiro humanista está mais preocupado em doar o que receber. O importante é deitar a cabeça no travesseiro de consciência tranquila, porque fez o bem.

Abraços Mauro, continuo acompanhando.
Paz e Bem

Fonte: Lula

[smartslider3 slider=27]
Nenhuma tag para este post.

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA