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Centenas vão às ruas em justiça por Moïse. Confira imagens

Moïse: Centenas vão às ruas por justiça

Moïse: Centenas vão às ruas por justiça

Por Mídia NINJA

As mobilizações foram convocadas após o assassinato de Moïse Kabagambe, congolês que foi espancado até a morte por funcionários que trabalham nos quiosques da orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em ato, manifestantes também lembram a morte de Durval Filho, homem negro baleado na porta de casa, após ser “confundido” com um ladrão.

“O pais precisa urgentemente resolver a situação de nossos imigrantes. E nós precisamos parar de fingir que somos uma pátria acolhedora, amiga, e falar a verdadeira situação do povo negro nesse país. Foi com essa bandeira de passividade que eles nos mantiveram em cativeiro até agora”, disse a vereadora Walkíria Nictheroy durante o ato.

“Todos os pretos têm mãe, têm família. Chega de nos matar. Deixem nossos filhos viverem!”, gritou Cláudia Alexandre, ativista de Niteroi.

A mãe de Moïse, Lotsove Lolo Lavy Ivone, de 43 anos, também esteve com a família na manifestação do Rio de Janeiro e pediu paz: “Eu peço calma, que seja um ato pacífico. Nós só queremos justiça por Moïse ate o final. Justiça até o final”.

Confira abaixo registros dos atos em diferentes cidades:

Foto:  @belquiorrr  #justiçapormoise
Foto: @belquiorrr #justiçapormoise

 

Foto: Annelize Tozetto. -  @annelizetozetto  /  @midianinja
Foto: Annelize Tozetto. – @annelizetozetto / @midianinja

 

 

 

 

Título original desta matéria, publicada pela Mídia Ninja: Centenas vão às ruas em justiça por Moïse.
 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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