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 O Sistema Biogeográfico do Cerrado no quadro ambiental brasileiro

 O Sistema Biogeográfico do Cerrado no quadro ambiental brasileiro

O Brasil possui sete grandes matrizes ambientais, denominadas por Ab’Saber como Domínios Morfoclimáticos e Fitogeográficos. Outros estudos as denominam Biomas, que talvez o conceito não seja muito apropriado, pois tende a enfatizar um clímax vegetacional, muitas vezes não corroborado pela história evolutiva do espaço em questão.

Desde 2002, Barbosa sugere a utilização do conceito biogeográfico, classificando cada grande matriz ambiental como um sistema que engloba diversos subsistemas, destacando ainda os microambientes específicos existentes em cada subsistema.

Um sistema biográfico envolve um conjunto de fatores atmosféricos, hidrosféricos, litosféricos e biosféricos, incluindo as populações humanas. Como esses fatores estão intimamente interligados, a modificação em qualquer um deles provoca modificação no sistema como um todo, onde as diferentes faces do sistema se mostram como subsistemas interatuantes.

cerrado

Esse modelo fisiográfico sofreu modificações, por questões não ambientais, mas de geopolítica ou especificamente políticas e econômicas. Por exemplo:

O Pantanal Mato-Grossense não passa de um subsistema integrante do Sistema do Cerrado, mas como existe um movimento social crescente para incluir o Cerrado como Patrimônio Nacional, que entra em contradição com o Planejamento Econômico do Brasil, que considera o Cerrado área de expansão da fronteira agrícola, desmembrou-se o Pantanal, transformando-o em Patrimônio Nacional, o que não significa que esteja livre da expansão agropastoril, trata-se apenas de uma ilusão.

O Sistema Roraima-Guianense, apesar de possuir uma vegetação de gramíneas, passou a integrar o Sistema Amazônico.

O Sistema dos Planaltos Sul-Brasileiros, que ostenta um velho manto de araucárias e se encontra em terras altas subtropicais, passou a integrar o Sistema Tropical Atlântico.

A atual classificação não reflete o que representam as matrizes ambientais do Brasil. O Sistema Biogeográfico do Cerrado, pela posição geográfica, pelo caráter florístico, faunístico e geomorfológico constitui o ponto de equilíbrio desses variados sistemas, uma vez que se conecta, através de corredores hidrográficos e de migração, com todos eles.

Os chapadões centrais do Brasil, cobertos pelo Cerrado, constituem a cumeeira do Brasil e também do continente, pois distribuem significativa quantidade da água que alimenta as principais bacias hidrográficas continentais.

O Cerrado abrange em sua totalidade os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Inclui a parte leste de Mato Grosso, o oeste da Bahia, noroeste e centro de Minas Gerais, sul do Maranhão, grande parte do Piauí e prolonga-se, na forma de corredor, até Rondônia. E, de forma disjunta, ocorre em certas áreas do nordeste brasileiro e em parte de São Paulo.

Ecologicamente, se relaciona às savanas. Entretanto, se comparado com as savanas africanas, a história evolutiva do Cerrado apresenta diferenças marcantes. No Brasil, este tipo de paisagem recebe denominações diferentes, de acordo com a região: Gerais, em Minas e Bahia, Tabuleiro, na Bahia e outras áreas do Nordeste, e ainda, Campina, Costaneira e Carrasco, dependendo da região.

Nenhuma dessas designações populares reflete a sua totalidade ecológica, referindo-se apenas a uma modalidade fisionômica, às vezes associada a uma ou outra configuração geomorfológica, ou puramente botânica. Fato que não tem sido suficiente para demonstrar a totalidade e a importância ecológica do cerrado, uma vez que destaca ou enfatiza apenas parcelas fragmentadas de sua composição.

Quando isso acontece, o caráter da biodiversidade, elemento marcante da ecologia do cerrado, não recebe a importância merecida, nem sequer pode ser compreendida nos seus aspectos fundamentais. Nesse sentido, a utilização do paradigma biogeográfico tem demonstrado ser um referencial de fundamental importância para o entendimento do cerrado, em sua globalidade. Compreendendo os diversos matizes, tanto abertos e sombreados, como subsistemas interatuantes e integrantes decisivos de um sistema maior.

O conceito biogeográfico tem ressaltado a importância que o Cerrado exerce para o equilíbrio dos demais sistemas do continente, além de demonstrar que a principal característica da sua biocenose é a interdependência dos componentes aos diversos ecossistemas.

Portanto o Cerrado é um Sistema Biogeográfico, composto por diversos subsistemas intimamente interatuantes e interdependentes. Cada subsistema tem uma história ocupacional, que consequentemente reflete seu nível de degradação. Estes subsistemas flutuam de um gradiente aberto com claridade, para gradientes sombreados.


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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