Isso é muita sabedoria
Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho…o de mais nada fazer.
CLARICE LISPECTOR
Clarice Lispector é uma escritora brasileira. Ela nasceu na Ucrânia, mas chegou ao Brasil quando tinha dois anos de idade.
Mais tarde, fez faculdade de Direito, morou em diversos países em companhia do marido cônsul, publicou muitos livros e também atuou como jornalista.
Suas obras apresentam fluxo de consciência, fragmentação e metalinguagem, características que podem ser observadas em A hora da estrela, um de seus livros mais conhecidos.”
A romancista faz parte da terceira geração modernista (ou pós-modernismo). Seus textos são marcados pelo monólogo interior e pela metalinguagem. O livro A hora da estrela é uma de suas obras mais famosas.”
Clarice, que faleceu em 9 de dezembro de 1977, no Rio de Janeiro, faz parte da terceira geração modernista (ou pós-modernismo).
A ÚLTMA ENTREVISTA DE CLARICE LISPECTOR