Com Lula, PIB per capita bate recorde

Com Lula, PIB per capita bate recorde

Segundo pesquisadora , PIB do Brasil deve crescer 2,5% em 2023, enquanto a população tende a avançar 0,47%. Com isso, a País terminaria o ano com um PIB per capita de R$ 49.825.

Por André Cintra/Portal Vermelho

O Brasil alcançou no segundo trimestre um PIB per capita recorde de R$ 13.087, superando a maior marca anterior – de R$ 13.054, registrada do primeiro trimestre de 2014. As projeções são do economista Vitor Vidal, que faz doutorado na Barcelona School of Economics, na Espanha. Para chegar aos valores, o especialista considerou apenas o valor trimestral.

O PIB per capita é a relação entre o Produto Interno Bruto (PIB) do país e sua população. No Brasil, a série histórica foi iniciada em 1996. Mesmo com a desaceleração do crescimento da população brasileira desde a década de 1990, o indicador foi prejudicado, nos últimos nove anos, pela crise econômica – o País viveu duas recessões, entremeadas por anos de estagnação.

Assim, o recorde do Brasil se deve a dois fatores: o ritmo do crescimento econômico sob o governo Lula (que está acima das previsões do mercado) e os resultados do Censo 2022 (que apontaram para uma população menor do que a projetada pelo IBGE e por especialistas).

“O mercado financeiro não tem olhado muito para os dados dessa transição demográfica, mas é um indicador importante para entender a economia brasileira a longo prazo”, declarou Vidal ao Valor Econômico. “Pelas minhas contas, o início da queda da população brasileira começará em 2032, bem antes do que o IBGE estimava (2048).”

O mundo do trabalho será fortemente impactado se essa tendência se confirmar. Segundo Vidal, já nos dias de hoje, “cada vez menos trabalhadores entram no mercado para alavancar a economia”, o que pode demandar mais produtividade da população já ativa. Conforme o FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a agropecuária foi o único setor econômico que teve avanço na produtividade no primeiro trimestre.

“É um desafio enorme a expansão da produtividade”, avalia a pesquisadora sênior Silvia Matos, do FGV Ibre. “A agropecuária tem ficado mais produtiva, mas também depende de clima. O que se vê hoje é que, tirando esses setores mais ‘commoditizados’, a produtividade é menor.”

Segundo ela, o PIB do Brasil deve crescer 2,5% em 2023, enquanto a população tende a avançar 0,47%. Com isso, a País terminaria o ano com um PIB per capita de R$ 49.825 – um salto de 2,04% em relação ao índice de 2022.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Reprodução


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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