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CORDEL DA AMAZÔNIA

Cordel da Amazônia: Acorda, Brasil, Acorda!

Por Gustavo Dourado 

Amazônia, Amazonas:
Floresta Equatorial
Da lenda do Eldorado
Hileia descomunal
O Brasil em suas veias
Na Amazônia Legal…

Civilização milenar
Muito tempo de idade
11200 anos de vida
Viva naturalidade
Eterna infinitude
Em plena imensidade…

Mata latifoliada úmida:
Maior floresta mundial
Gera cobiça no mundo
Pela riqueza especial
Minerais de todo tipo
Equilíbrio vegetal…

Tem o
Patrimônio Nacional
Rio Mar que se agiganta
Na floresta tropical
De Manaus para Belém
Corre o rio monumental…

Gigantesco AmazonasRio Amazonas:
O maior rio mundial
Em tamanho e em água
Não existe outro igual
De Lauricocha a Marajó
Corre o rio descomunal…

Amazônia brasileira:
De ampla diversidade
Biodiversidade incomum
Tanta multiplicidade
Terra maravilhosa
Orgulha a brasilidade…

Nióbio, ouro, diamante:
Exuberância mineral
Os filhos da floresta
São riqueza natural
Estação Anavilhanas:
Natureza essencial…

Norte, Nordeste e Centro:
Amazonas e Pará
Santarém e Altamira
Gurupi e Marabá
Do Bico do Papagaio:
De Palmas a Cuiabá…

Maravilha inigualável:
O Brasil tem que cuidar
Bioma extraordinário
Que dá vida para o ar
Ecossitema que brota:
Do interior até o mar…

Mato Grosso e Roraima
Nebina e Pedra Pintada
Acre, Rondônia, Amapá
Mapinguari na jornada
Tocantins e Maranhão
A grande Serra Pelada…

Orellana em busca do ouro:
Trouxe fama mundial
Martius e Hemboldt:
Na pesquisa florestal…
Civilização bem antiga:
No ambiente natural…

Guerreiras icamiabas:
Na floresta tropical
As lendárias amazonas:
Em seu toque natural
Deram vida à história:
Na luz equatorial
.
Caprichoso e Garantido:
O toque do carnaval
A cultura popular
Carimbó essencial
Arte e tropicalidade
Exuberância cultural…

Flora e fauna majestosas:
Peixe-boi, pirarucu
Aves, onças e peixes
Açaí – cupuaçu
Igarapés – igapós:
Cascavel – Jaracuçu…

Chuva em abundância:
Em seu clima tropical
Oiapoque, Carajás
A selva primordial
Serra Pelada do ouro
Preserve o ambiental…

Rio Napo e Rio Javari:
Jandiatuba, Juruá
Jutaí – Tefé – Coari
Purus – Piorini – Içá
Negro e Solimões:
Madeira e Japurá…

Rio Manacapuru:
Trombetas e Curuá
Uatumã – Tapajós
Maicuru – Nhamundá
Paru – Jari – Xingu
Tocantins – Uruará…

Não esquecer Chico Mendes:
Ecologia e meio ambiente
Proteger nossos nativos
Germinar boa semente
Chega de desmatamento
Que o povo se oriente…

Amazônia é natureza:
É terreno brasileiro…
Nossa biodiversidade:
Não pertence a estrangeiro…
É riqueza do Brasil:
Que é luz do mundo inteiro…

 

Gustavo Dourado é um dos maiores poetas-cordelistas do Brasil. Sua excelente e extensa produção literária pode ser encontrada em Gustavo Dourado.  Gustavo é também presidente da Academia de Letras de Taguatinga.


 

 

 

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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