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CPMI do 8 de Janeiro: Congresso cria comissão para investigar ataques golpistas

CPMI do 8 de Janeiro: Congresso cria comissão para investigar ataques golpistas

A comissão, proposta por parlamentares de oposição, será composta por 16 deputados e 16 senadores titulares.

Por Mídia Ninja/Redação

Nesta quarta-feira (26), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou a leitura do pedido de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Com a leitura do requerimento na sessão do Congresso, a CPI mista dos Atos Golpistas foi oficialmente criada, restando apenas a publicação do ato no Diário Oficial da União (DOU).

A comissão, proposta por parlamentares de oposição, será composta por 16 deputados e 16 senadores titulares, e terá duração de até seis meses. Desde os ataques, diversos vândalos foram presos e denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e alguns já se tornaram réus.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional, tomou uma decisão que reduziu o espaço da oposição na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). O senador saiu do bloco parlamentar formado por União, PSDB, Podemos, PDT e MDB e agora integra o bloco composto pelos partidos PSB, PSD, PT e Rede. Essa mudança aumentou o número de vagas que cada bloco terá de direito na CPMI para seis, com base no critério de proporcionalidade.

Nesse sentido, o bloco Vanguarda, composto pelos partidos PL e Novo, e que se opõe ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ficou com apenas duas das três vagas a que tinham direito. Já o quarto bloco, formado pelos partidos PP e Republicanos, deve ter mais duas vagas na CPMI.

O pedido de criação do colegiado foi apresentado pelo deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE), que é investigado no STF por suposto envolvimento nos atos golpistas. Inicialmente, o governo Lula se manifestou publicamente contra a criação da CPI, mas a situação mudou após a demissão do general Gonçalves Dias do cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência. Imagens mostraram que Dias esteve no Palácio no dia dos ataques e circulou entre os invasores.

Segundo o colunista do G1, Valdo Cruz,  o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teme ser um dos principais alvos da CPI mista e pediu a escalação de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para a comissão.

Fonte: Mídia Ninja – Rede de Comunicação Livre. Foto: Presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco instala CPMI –  reprodução/Youtube. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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