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Crianças indígenas recebem Lula em Roraima

Crianças indígenas recebem Lula na 52a Assembleia Geral dos Povos Indígenas Indígenas em Roraima

Da Redação Xapuri

Acompanhado de Janja, das ministras Sonia Guajajara e Nísia Trindade, do líder indígena Davi Kopenawa, da presidenta da Funai, Joenia Wapichana e de várias outras lideranças indígenas e autoridades do governo federal, foi recebido nesta segunda-feira, dia 13 de março,  em Roraima, para a 52a Assembleia dos Povos Indígenas de Roraima. 

De mãos dadas com crianças indígenas, Lula chegou à Assembleia por volta de 11h30 (horário de Brasília). Esta foi segunda visita do presidente ao estado desde que assumiu o mandato, no dia 1º de janeiro. Ele esteve em Boa Vista, no dia 21 de janeiro, quando foi verificar a situação humanitária do povo Yanomami e determinou socorro urgente aos indígenas.

A Assembleia,  que começou no dia 11  e vai até o dia 14 de março, é realizada no Centro Regional Lago Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, conta com cerca de 2 mil participantes, com representantes de 17 organizações de 32 povos indígenas de Roraima e tem como pauta principal discussões sobre a proteção das terras tradicionais, a gestão dos recursos naturais e a agenda do movimento indígena para o ano de 2023.

No local, Lula também visitou uma feira de produtos orgânicos, de artesanato e a exposição de animais criados em terras indígenas. Os debates prosseguem até terça-feira (14). A presença de Lula marcou um novo tempo para os povos originários de Roraima e do Brasil que têm, agora, no presidente da República um aliado

Zezé Weiss – com informações do site do Governo Federal e da cut .    Fotos: Ricardo Stuckert. 

Do site do PT

Ao participar da 52ª Assembleia-Geral dos Povos Indígenas de Roraima, o presidente Lula se comprometeu, nesta segunda-feira (13), a apoiar financeiramente a produção agrícola indígena e a acelerar a demarcação de terras que já estejam com o processo de análise adiantado.

“A sociedade brasileira está tomando consciência de que os indígenas não estão ocupando nenhuma terra sem dono, mas sim uma terra que era 100% deles”, disse Lula, para milhares de indígenas reunidos no evento, realizado na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, cuja homologação ocorreu em 2005, no primeiro governo Lula (veja vídeo abaixo).

Por isso, Lula disse que os povos originários também devem ter direito a apoio do governo para cultivar em suas terras, de forma sustentável. “Se nós temos dinheiro para financiar a agricultura familiar, os grandes empresários de terra, por que não existe dinheiro para financiar os povos indígenas na sua produção?”, indagou, comprometendo-se a criar um programa com esse objetivo.

Outro compromisso assumido por Lula foi o de retomar a demarcação de terras indígenas, sabotada pelo governo de Jair Bolsonaro. “Eu tenho pedido para que me apresentem todas as terras que estão prontas para ser demarcadas. A gente precisa demarcá-las logo, antes que as pessoas se apropriem delas, antes que inventem documentos falsos e digam que são donas da terra.”

Povo Yanomami

Esta é a segunda vez que Lula vai a Roraima este ano. Na primeira visita, declarou estado de emergência e implementou uma ação de socorro ao povo yanomami, que vinha sendo vítima de genocídio por parte de garimpeiros invasores sem qualquer medida de proteção tomada pelo governo Bolsonaro.


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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