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Cronologia temática: a história da Amazônia no dia a dia

Cronologia temática: a história da Amazônia no dia a dia

Cronologia temática: a no dia a dia

Para muitos e muitas de nós jornalistas, ambientalistas e militantes das causas sociais e ecológicas, o jornalista Lúcio Flávio Pinto é exemplo, referência e lição permanente de vida…

Por Lúcio Flávio Pinto

Seus textos lúcidos, sempre primorosos e apaixonantes, forjam reflexões e fomentam a ação das pessoas que, de uma forma ou de outra, militam em defesa a , agora podem ser encontrados também em seu novo site AMAZÔNIA HOJE – A NOVA COLÔNIA MUNDIAL: https://amazoniahj.wordpress.com/.

Como tudo o que Lúcio Flávio Pinto escreve e faz, o texto de apresentação do blog é absolutamente imperdível. Veja a seguir: 

Aos 65 anos de idade e quase 50 anos de jornalismo, senti a necessidade de criar este blog. A partir da minha base de dados, acumulada por tanto , espero criar uma cronologia da história recente da Amazônia. É também uma forma de avivar a para uma história que ainda está em curso, mas, de tão intensa, costuma ser esquecida.

Com base em informações da imprensa – local, nacional e internacional – este blog reconstituirá acontecimentos marcantes na saga iniciada nos anos 1960, através da consolidação de eixos de penetração (e destruição) por terra na Amazônia, com sua cadeia de efeitos, desde o maior da história da até a destruição de povos nativos. Tudo isso para criar atividades produtivas que possam resultar em exportações crescentes de recursos naturais e divisas para alimentar o crescimento quantitativo do .

O material foi baseado na imprensa, citando-se a fonte ao final de cada texto, cuja elaboração é inteiramente original. Na forma com que se apresenta, o texto preservou apenas as informações relevantes, que já se cristalizaram como história. Os aspectos deletérios foram expurgados para que cada texto se torne fonte perene de referência e possa ser usado sem necessitar de atualizações. Ele é um momento já consolidado do processo histórico.

O acúmulo de dados permitirá a formação de uma verdadeira enciclopédia da história contemporânea da região. Espero que o leitor se manifeste sobre a iniciativa. O retorno será importante para a continuidade dessa nova série retrospectiva. Vá lá e contribua para que o blog cresça e reflita a história que é e, também, a história que queremos construir, à nossa imagem e semelhança. 

 

FONTES: O Estado de S. Paulo (SP); Folha de S. Paulo (SP); Gazeta Mercantil (SP); Jornal da Tarde (SP);  Folha do (SP); O Globo (RJ); Jornal do Brasil (RJ); Correio da Manhã (RJ); O Liberal (PA); A Província do Pará (PA); Diário do Pará (PA); O Estado do Pará (PA); Folha do Norte (PA); Folha Vespertina (PA); Arquivo Pessoal

 

Lúcio Flávio Pinto – Jornalista e Cronista da na Amazônia. Introdução ao texto por .

 

https://xapuri.info/elizabeth-teixeira-resistente-da-luta-camponesa/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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