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Democracia corre perigo: a vontade popular deve prevalecer

Democracia corre perigo: a vontade popular deve prevalecer

Democracia corre perigo: a vontade popular deve prevalecer

Mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras, nas eleições de 2022, decidiram livremente colocar Luiz Inácio Lula da (PT) na presidência da República. Derrotado, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu não se manifestar publicamente sobre o resultado do pleito e seus apoiadores e apoiadoras aproveitam o silêncio para mobilizar atos golpistas onde pedem, criminalmente, a intervenção das Forças Armadas…

Por Iêda Leal

Desde o resultado das urnas divulgado na noite deste domingo (30), bolsonaristas estão bloqueando rodovias em vários estados do . Ao menos 14 estados já registraram interdições em vias federais ou estaduais. Os “manifestantes” impedem direito de ir e vir de brasileiros e brasileiras que tentam se locomover até seus locais de trabalho, e outros espaços.

Nesta segunda-feira, 31 de outubro, dia que encerra o ciclo das eleições 2022, o povo brasileiro almeja estar em festa pelo feito de eleger um presidente que respeita a democracia. Lula já deixou evidente, em seu discurso da vitória, que governará para todos e todas. O Brasil, com dimensão continental e com uma das maiores populações do mundo, é exemplo mundial quando se fala em segurança no processo eleitoral.

Mas, inflamados pelo discurso de Bolsonaro de que as urnas são fraudadas, bolsonaristas se sentem no direito de não aceitar que o candidato deles, mesmo usando ilegalmente a máquina do estado, perdeu: foi derrotado pela democracia. Parecem não entender que a população brasileira não quer mais um presidente como Jair Bolsonaro, que mente e despreza o povo mais pobre e trabalhador, retirando seus direitos básicos, declaradamente racista e machista.

Foram quatro anos de um governo que armou a população com um discurso do ódio. A fala “vamos fuzilar a petralhada”, feita por Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018, legitimou ações como a da federal bolsonarista Carla Zambelli, que perseguiu armada um homem negro, por motivos políticos, nas vésperas do segundo turno deste ano.

No entanto, mesmo que não aceitem a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, terão que respeitar a vontade popular. A democracia sempre vencerá, pois seguimos lutando para que ela permaneça viva. A foi um marco de violência profundo na do Brasil, deixando milhares de mortos e exilados. Milhares de pessoas se colocaram contra a ditadura, lutaram para construir o Estado Democrático de Direito que temos hoje.

Para impedir a volta de um regime autoritário, a precisa se posicionar rapidamente contra este tipo de ação flagrantemente golpista e dar respostas aos brasileiros e brasileiras, que esperam um período de transição de poder sem violência. O povo não quer guerra, quer união e paz. O povo quer ser feliz. Deixem o Brasil sorrir de novo!

Iêda Leal – Professora e sindicalista
*Coordenadora Nacional do Unificado (MNU)
*Secretária de da Central Única dos de Goiás (CUT-GO)
*Tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (SINTEGO)
*Secretária de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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