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DESMATAMENTO DO CERRADO CONTINUA EM ALTA

Desmatamento no Cerrado continua em alta e bate recorde em setembro

Número de alertas registrados no mês é o maior da série histórica do INPE. Maranhão lidera lista de estados que mais desmataram o bioma.

Por Cristiane Prizibisczki/O Eco

O Cerrado apresentou, pelo terceiro mês consecutivo, alta nos números do desmatamento. Em setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou alertas para 679,77 km² do bioma. Este é o pior número da série histórica do Instituto para o período.

Os valores registrados também são 149% maiores do que setembro de 2022. Em 2023, em apenas três meses – janeiro, março e junho – os números caíram em relação ao ano anterior. Em todos os outros seis meses do ano houve alta.

Nas três primeiras posições do ranking de estados que mais desmataram estão  Maranhão, com 155,6 km² de alertas, Bahia, com 90,5 km² e Tocantins (83,6 km²). Os três estados fazem parte da região conhecida como MATOPIBA, onde se concentra a fronteira do desmatamento no Cerrado.

Segundo nota do Governo Federal publicada no final da tarde desta sexta-feira (6), a falta de integração nos sistemas de autorização de desmatamento estadual e federal prejudica a fiscalização.

“O MMA está em diálogo com os Estados para aprimorar as ações de monitoramento e controle no bioma, tanto por parte dos órgãos ambientais quanto por financiadores das cadeias produtivas e compradores de commodities agrícolas, que podem ser corresponsabilizados pelo desmatamento ilegal”, diz nota do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

*Texto atualizado às 20h46 para inserir dados do Governo Federal.

Cristiane PrizibisczkiJornalista. Fonte: O Eco. Foto: Marcio Sanches/WWF-Brasil.

Cerrado 01 Otoniel Fernandes Neto

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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