Dias Mulheres virão

Dias virão e toda mulher terá completa autonomia para escolher e ficar ou não com seu companheiro, sem que sofra retaliações. Certos papéis destinados às mulheres precisam ser revistos, divididos ou relegados. O artigo esclarece bem essa ideia

Rainha do lar, por quê? Casa não é castelo, nem reino. Não há mais obrigação nenhuma de a mulher tomar para si as tarefas domésticas, enquanto o marido assiste ao noticiário. é cumplicidade, troca, ajuda mútua, ou seja, quando o parceiro ajuda nas tarefas do lar, não faz mais nada do que obrigação. Ninguém tem que se gabar de ajudar a mulher em casa, afinal, trata-se tão somente de assumir o que cabe a ambos, na mesma medida.

E quando dizem que por trás de todo grande homem existe uma grande mulher? Que cabimento tem isso? Oras, mulher fica ao lado, à frente, fica onde ela quiser. Atrás é que não fica mais, não. Hoje, principalmente, com a mulher se destacando em todos os espaços que existem, essa frase não tem mais sentido algum. Aliás, essa frase tem que mofar lá no passado, junto com o machismo.

É por essas e outras que acabam colocando sobre a mulher responsabilidades que não são dela. Se, antes, ela parecia estar relegada a um segundo plano, sacrificando-se pelos filhos, pelo casamento, pela família, hoje isso não tem mais coerência – se bem que nunca teve. A mulher também tem que pensar em si, valorizar-se, lutar por direitos, resguardar-se de todo um ideário que cheira a mofo e que ainda teimam em lançar contra ela.

E chega de ficar ouvindo que uma boa mulher coloca o homem nos eixos. A mulher não tem responsabilidade alguma sobre o homem. Esse papo de que mulher conserta parceiro coloca nela um peso que não lhe cabe. Mulher não é clínica de reabilitação, é uma das partes de um relacionamento em que um ajuda o outro, mas cada um colhe de acordo com o que plantou. Homem que quer sua mulher fazendo o papel de sua mãe precisa é de terapia. Ele que lute. E ponto.

Fonte: Contioutra

originalmente publicado em Prof Marcel Camargo


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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