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Dor e alegria nas Festas de final do ano de 2020

Dor e alegria nas Festas de final do ano de 2020

Excelente reflexão que nos traz Antonio Villarreal sobre o final do ano de 2020. O tempo é tradicionalmente de festas, mas chegamos no fim do ano em crise econômica, social e política e… com Coronavírus em seu alto potencial. Precisamos ser cautelosos: comemore o Natal com os devidos cuidados consigo mesmos e com o próximo

Celebrar o Natal é uma das tradições populares mais importantes do mundo. Em cada lugar, continentes, países, cidades e vilarejos, as pessoas comemoram o nascimento de Jesus Cristo.

Representa, para milhões de cristãos, a chegada do filho de Deus, que vem nos salvar do caos e da maldade que se alojou nos corações humanos, levando a esquecer a verdadeira alegria de amar a Deus e a vida de todos os seres vivos.

Mas lembrar do Natal neste ano parece ser intrigante! Faz-nos perguntar: o aniversariante gostaria de comemorar seu aniversário num ano cheio de tristezas e sofrimentos?

A tragédia que nos abateu e o consequente número de mortos em todos os países nos assombra. A espera pela vacinação contra a , ao mesmo tempo que vivenciamos a segunda onda da pandemia, enche nosso fim de ano de ansiedade.

Chegamos no fim do ano em crise econômica, social e política. Várias autoridades e governos que negaram a pandemia estão revendo suas atitudes e se tornando mais humildes.

O Natal é um grande momento de confraternização nas igrejas cristãs e nas famílias, as quais nos levam a fortalecer os laços que existem entre os seres humanos. Alegria, reencontros e muito amor para compartilhar, da forma que sempre deveria ser o dia de Natal.

Mas, neste ano, a dor e o sofrimento pela perda dos milhares de seres humanos se juntam à alegria do nascimento do Menino Jesus. Difícil situação, mas servirá de lição a todos de bom coração. Temos de valorizar a Vida. Nossa caminhada aqui na Terra deve estar condicionada à mais atenção ao próximo, principalmente, aos mais necessitados: os pobres trabalhadores explorados desta Terra e nossos idosos abandonados.

Neste Natal, muitas famílias lamentarão a falta de muitos dos seus entes queridos, levados pelo novo coronavírus. Suas comemorações devem ser acompanhadas de cuidados especiais, como: uso de máscaras, lavagem das mãos com água e sabão ou com álcool em gel e com distanciamento social.

O medo é real, mas também é normal.  A alegria de comemorar o nascimento de Cristo é a necessidade vital do ser humano buscar a perfeição. E a perfeição é Deus. E com certeza Ele exclui qualquer cerimônia exterior: purificações, oblações, jejuns, festas… pois, como diz o Evangelho: “[…] não é aquilo que entra na boca que macula, e sim o que sai do coração.” Então, comemore o Natal com os devidos cuidados consigo mesmos e com o próximo. “Bate o Sino, pequenino, Sino de Belém…”

Antônio Villarreal — Professor de história da Secretaria de Estado da do DF aposentado. Colaborador da Socioambiental.

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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