Dunas e lagos: maravilhas dos lençóis maranhenses

Dunas e lagos: maravilhas dos lençóis maranhenses

Por Eduardo Pereira

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Fevereiro é quando começam a encher os milhares de piscinas de água doce que se entremeiam com as dunas, a perder de vista, no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Na região, costuma chover de janeiro a junho e, quanto mais chuva, mais lagoas se formam, mais piscinas naturais brotam entres as alvíssimas areias do Parque.

Esse é o certo para quem gosta de mergulhos ou simplesmente de refrescar-se em lagoas de águas límpidas depois de longas caminhadas sobre as areias brancas do maior campo de dunas do . De julho a janeiro, a maioria das lagoas vão secando, e só os lagos perenes, que são raríssimos, resistem até o fim da estação , quando as águas de fevereiro voltam e tudo recomeça, e as lagoas multicoloridas se multiplicam.

Entretanto, qualquer que seja a época do ano, a experiência de atravessar o campo de dunas, localizado no litoral oriental do do , em uma área que ocupa 2/3 dos 155 mil hectares do Parque Nacional, que perpassa três municípios – Barreirinhas, Santo Amaro e Primeira Cruz –, é uma experiência simplesmente deslumbrante e inesquecível.

O Parque fica aberto para visitação o ano inteiro, de segunda a segunda, das 8 às 18 horas.

COMO CHEGAR

O acesso ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses pode ser feito, principalmente, pelas maranhenses de Barreirinhas e Santo Amaro.  Mas atenção: apenas veículos com tração 4×4 e equipados com snorkell conseguem transitar pelas dunas.dunas4

Barreirinhas – O principal acesso é pela rodovia MA-402, asfaltada. Em Barreirinhas há estrutura para hospedagem e alimentação, e também agências de turismo com várias opções para passeios no Parque, que começam com a travessia do Rio Preguiças, de balsa, e outros atrativos como o passeio de lancha para a foz do Rio Preguiças e o boia-cross no Rio Formiga.

Santo Amaro – Seguir pela MA-402 até o povoado de Sangue. De lá, seguir 36 km pelas trilhas de areia. Em Santo Amaro, que fica a menos de 2km do Parque, há pousadas e restaurantes.

Fontes:

http://www.icmbio.gov.br/parnalencoismaranhenses/guia-do-visitante.html

https://guia.melhoresdestinos.com.br

Eduardo Pereira
Produtor Cultural

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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