É impossível ver o Cristo nesse governo

É impossível ver o Cristo nesse governo 

Por Isac Machado Moura

Não importa como você vê o Cristo: se de maneira histórica, mística, fictícia, divina.

Seja qual for o seu ponto de vista sobre ele, é impossível imaginá-lo não defendendo os direitos humanos, não condenando a hipocrisia religiosa.

É completamente impossível imaginar o Cristo posando para foto com bolsonaro, odiando como bolsonaro, cassando direitos do trabalhador, implementando a morte do seu próprio povo das mais diversas formas.

É impossível visualizar o Cristo perseguindo minorias, quem pensa diferente, quem não segue os manuais de ódio desse governo e sua necropolítica.

É impossível imaginar o Cristo tecendo algum elogio a bolsonaro, concordando com o armamento da população rica, defendendo o apedrejamento de pessoas lgbtq+.

É impossível imaginar o Cristo armado ou apoiando o uso de armas.

É impossível ver o Cristo nesse governo e seus agentes.

É impossível encontrar O Cristo nas igrejas que se bolsonarizaram. Onde há amor, onde há justiça social, onde há carência e prática dessas coisas, ali o Cristo está.

Fonte: Facebook

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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