EDUCAÇÃO COMO PRIORIDADE
Após anos de perspectivas e avanço praticamente zero, diante da fraca aplicação do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado em 2014, o povo brasileiro pode voltar a ter esperanças no fortalecimento do ensino, com base nas metas aprovadas pelos mais de dois mil trabalhadores, estudantes e lideranças educacionais presentes na Conferência Nacional de Educação (Conae 2024), realizada no fim de janeiro, em Brasília.
Por Bia de Lima
A Conae 2024 foi convocada em caráter extraordinário pela Presidência da República e antecedida das etapas municipais e estaduais que ocorreram em todo o país, no segundo semestre de 2023, envolvendo estudantes e a comunidade escolar, além de professores.
Nos três dias de intensos debates, foram apontadas resoluções para a elaboração do novo plano decenal (2024-2034) que o governo Lula enviará ao Congresso Nacional a partir de junho. Entre os pontos aprovados pela plenária está a revogação do Novo Ensino Médio e sua substituição pelo modelo apresentado no Projeto de Lei 2601/2023, encaminhado à Câmara Federal em maio passado. Esse PL amplia a carga horária do ensino básico e acaba com os itinerários formativos impostos que promovem profunda desigualdade na formação de nossos jovens, tirando-lhes a oportunidade de futuro em igualdade de condições com os estudantes da rede privada.
Para o patamar mínimo a ser investido, foi aprovada a efetiva implantação do custo aluno-qualidade (CAQI-CAQ), considerando como critérios a excelência do ensino em detrimento do orçamento. No contexto sobre financiamento, com a destinação de 10% do PIB para a educação, defendi a urgência em se discutir a valorização dos professores do ensino público com o cumprimento da lei do piso salarial e o respeito à carreira, sem esbarrar na Lei de Responsabilidade Fiscal, que tem sido usada por prefeitos e governadores ao longo do tempo para aplicar o reajuste anual somente aos docentes do ensino básico, destruindo a carreira e desenhando uma possibilidade real de apagão na educação pública brasileira. Paralelamente ao financiamento da educação, é preciso garantir carreira atraente para os professores e ainda a aprovação de um piso para os trabalhadores administrativos das escolas.
Problemas latentes como a evasão escolar, a falta de vagas, as violências e o analfabetismo também foram tratados na conferência e estão no documento final aprovado para constar no novo Plano Nacional da Educação, que definirá e norteará as diretrizes para a educação brasileira na próxima década e deverá ser cumprido, independente da gestão eleita.
Bia de Lima – Deputada Estadual – PT/GO. Presidenta do SINTEGO. Imagem: Bia de Lima, se possível na Conferência da Conae. Checar internet.