Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

Embrapa e UECE: Controle do diabetes com farinha de tamarindo

Embrapa e UECE: Controle do diabetes com farinha de tamarindo –

Pesquisa da Embrapa e UECE comprovou propriedades da fruta para a redução de triglicerídeos

SUCO TAMARINDO FOTO EMBRAPA

Suco promoveu redução de 24% na taxa de triglicérides (foto: Embrapa)

O uso de um suco preparado com farinha de tamarindo promoveu uma redução de 24% na taxa de triglicérides de voluntários. É o que mostra um que avaliou os impactos do uso do fruto no controle dos distúrbios bioquímicos associados ao diabetes. A pesquisa foi realizada pela Embrapa e Universidade Estadual do Ceará (UECE). Triglicérides, ou triglicerídeos, são um tipo de gordura presente no sangue que, em quantidades elevadas, aumenta o risco de doenças cardíacas e outros problemas de , principalmente quando o colesterol também está alto.

O consumo do tamarindo também promoveu leves reduções no colesterol total, no índice de massa corporal e na circunferência da cintura dos voluntários. O estudo apontou ainda que o produto apresenta baixo índice glicêmico (IG). Esse indicador mostra o quão rápido um alimento ingerido consegue aumentar a glicemia (a glicose no sangue).

Participaram do experimento 164 adultos e idosos com diabetes, com peso adequado ou até leve obesidade. Do total, 82 pacientes apresentavam glicemia controlada e os demais, glicemia elevada. Durante quatro semanas, metade dos voluntários consumiu o suco preparado com a farinha de tamarindo e a outra ingeriu placebo.

animados

FARINHA DE TAMARINDO FOTO EMBRAPA

FARINHA DE TAMARINDO FOTO EMBRAPA

Voluntários recebiam envelopes com desidratado de tamarindo, para consumo em uma semana. (Foto: Embrapa)

 

A intervenção contou com cinco encontros. A cada encontro, os voluntários recebiam envelopes com desidratado de tamarindo, para utilização ao longo da semana. Os pacientes passaram por consultas e exames para determinação do perfil glicêmico e lipídico, verificação da ingestão alimentar e avaliação antropométrica (medidas de peso, altura, circunferência da cintura e do quadril). Os resultados deixaram os cientistas animados. A equipe acredita que o produto pode ser utilizado como adjuvante para o controle do perfil lipídico de indivíduos com diabetes.

A pesquisadora Ana Paula Dionísio, da Embrapa Agroindústria Tropical (CE), esclarece que o estudo com alimentos funcionais busca o desenvolvimento de novos produtos que promovam benefícios à saúde dos consumidores. “Com esse tipo de resultado, temos condição de incentivar a população a consumir mais frutas. Com isso, incentiva-se também a produção”, completa o pesquisador Nedio Jair Wurlitzer, da mesma Unidade de pesquisa da Embrapa. A pesquisa foi financiada pela Embrapa e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Resultados evidentes

PROCESSO TAMARINDO FOTO EMBRAPA

PROCESSO TAMARINDO FOTO EMBRAPA

Hábitos alimentares saudáveis ajudam o melhor aproveitamento de alimentos fitoterápicos (foto: Embrapa)

 

A nutricionista Tatiana Uchôa Passos, responsável pela etapa da pesquisa com os pacientes no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), diz que nenhum dos medicamentos distribuídos pelo sistema público de saúde no apresenta ação específica sobre o triacilglicerol (triglicérides) no sangue. Segundo ela, os remédios agem sobre o perfil lipídico como um todo, especialmente sobre o colesterol total. “Observando por esse aspecto, a utilização da farinha de tamarindo seria ainda mais interessante para aqueles pacientes cuja inadequação lipídica seja apenas nos triglicérides”, conclui a nutricionista que desenvolveu tese de doutorado sobre a pesquisa.

De acordo com Tatiana Uchôa, as demais variáveis investigadas ainda carecem de avaliação. “Diante da inovação proposta pela ideia desse e da significância estatística encontrada com relação aos triglicérides, ficamos satisfeitos com os resultados e também instigados a dar continuidade aos estudos futuramente”, conta.

A nutricionista ressalta, ainda, que é necessário ter hábitos alimentares saudáveis para que, ao se consumir alimentos com atividade fitoterápica ou funcional, eles possam, de fato, ser aproveitados. “A fitoterapia possui resultados ainda mais evidentes quando associada a um plano alimentar saudável e individualizado”, afirma.

ANOTE AÍ

Fonte: Ascom Embrapa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA