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Encantou-se a Luiza Bairros: Negra, Mulher, e Militante!

Encantou-se a Luiza Bairros: Negra, Mulher, e Militante!

Luiza Helena Bairros, 63 anos, passava por um duro processo de adoecimento com um câncer de pulmão. Lutou, lutou, resistiu o que pôde e, nesta terça-feira 12 do mês de julho de 2016, partiu deste mundo. Deixa órfãos um Brasil de , uma nação de militantes dos movimentos negro, de mulheres, dos  e em defesa da democracia.

Corajosa, incisiva na luta pela  igualde racial e pela equidade de gênero, a competência e o compromisso de Luiza fizeram dela ministra  da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Seppir) no primeiro mandato do governo da presidenta .

Dedicada, a militância de Luiza vem de outros tempos,  da luta pela construção do Unificado (MNU), pela  formação e fortalecimento do PT, pelos avanços da  questão de gênero, pelo fim da ditadura militar e pela construção da democracia brasileira.

Doutora em sociologia pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, graduada em administração pública e de empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e mestra em ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Luiza usou de sua capacidade intelectual para fazer desta nossa Terra um lugar melhor pra se viver.

Tornou-se referência: “Feminista, intelectual e militante, Luiza passa para a história como porta-voz do movimento negro.  Luiza Bairros, presente!”, disse a deputada licenciada  Benedita da Silva (PT-RJ), expressando o sentimento de todos e todas nós do  Brasil militante das mesmas causas defendidas por Luiza Bairros.

Recebeu em vida muitos prêmios e  honrarias: da Câmara Municipal de Salvador, o título de Cidadã Baiana  em 2011; da  Assembleia Legislativa da Bahia a medalha Zumbi dos Palmares, em 2013;  do Senado Federal o diploma Bertha Lutz, em março de 2016; de dezenas de Brasil afora, abraços, cantigas e danças.

Radicada na Bahia desde 1979, a morte a pegou de jeito em sua terra natal, Porto Alegre, onde se tratava do câncer. Nós da Xapuri expressamos nossa solidariedade à família de Luiza, e a todas as pessoas e entidades enlutadas por seu prematuro embarque rumo aos jardins do infinito. Paz e Bem!

Luiza Bairros www.correio24horas.com.br

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: www.correio24horas.com.br

NOTA DO GELEDÉS 

É com grande pesar que informamos que Luiza Helena Bairros faleceu esta manhã em Porto Alegre vitima de câncer no pulmão contra o qual lutava há meses.

Natural de Porto Alegre, era graduada em Administração Pública e de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul além de possuir títulos de Mestre em Ciências Sociais (UFBA) e de Doutora em Sociologia (Universidade de Michigan – USA). Morava em Salvador desde 1979, onde atuou em diversos movimentos sociais, com destaque para o Movimento Negro Unificado – MNU.

Trabalhou em programas das Nações Unidas – ONU contra o em 2001 e em 2005. Foi titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Social da Bahia e Ministra-chefe da Secretaria de da Igualdade Racial do Brasil, de 2011 a 2014. Trabalhava e militava politicamente nas áreas de raça e gênero.

Para os movimentos sociais sobretudo os de mulheres e negros Luiza Bairros deixa reflexões fundamentais para compreensão e acão politica pela igualdade de gênero e raça.

Para a administração publica Luiza Bairros deixa ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) uma ferramenta que segundo ela inaugura a possibilidade de um novo ciclo das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil visando o fortalecimento e a institucionalização de órgãos, conselhos, ouvidorias permanentes e fóruns voltados para a temática nos estados e municípios.

Luiza Bairros considerava que o Sinapir exige um esforço especial de gestores e gestoras no sentido da institucionalização dos órgãos de Promoção da Igualdade Racial (PIR). Segundo ela: “Não existe qualquer possibilidade de uma política pública ser bem-sucedida se o trabalho não for desenvolvido com os entes federados, porque é dessa maneira que se consegue que a política chegue às pessoas. Os resultados desse esforço vão depender também do empenho de governadores e prefeitos na compreensão da política de PIR.”

Para saber mais sobre Luiza Bairros click aqui 

NOTA DO CFEMEA 

A equipe do CFEMEA homenageia Luiza Bairros, grande amiga, companheira, inspiradora, mentora, pensadora, lutadora, por toda essa preciosa trajetória. Vai nos fazer falta! E vai continuar nos inspirando para sempre, por toda a sua integridade, sua combatividade, sua postura ética, sua coragem e ousadia.

Luíza – juntamente com Lélia Gonzales e Beatriz Nascimento – é um dos grandes expoentes das lutas feministas das mulheres negras contra o racismo no Brasil. Ela formulou conceitos, sustentou o debate e a prática política que instituíram o negro na arena pública brasileira.
Luíza defendeu, com muita consistência teórica e disposição política que, desde o ponto de vista feminista, não existe uma identidade única de ser mulher, pois essa experiência se dá de forma social e historicamente determinada, a partir das dimensões de raça, gênero, classe social e orientação sexual e das reconfigurações mútuas que elas produzem. Não por acaso, ainda nos começo dos anos 80, fundou o Grupo de Mulheres do Movimento Negro Unificado, na Bahia.
De forma radicalmente coerente com seus princípios éticos e políticos, Luíza sempre compartilhou seus méritos e, por isso mesmo, deu uma contribuição preciosa aos processos coletivos de formação e organização política feminista e antirracista, sublinhando a importância de estudar para compreender como o racismo e o sexismo se manifestam em nosso país. O seu contato com as mulheres na militância feminista e do movimento negro e com as mulheres em geral sempre foi de companheirismo, trocas de ensinamento e aprendizagem. Ela não só conquistou espaços até então fechados pelo racismo institucional, como abriu acessos para muitas mulheres poderem transitar além dos limites dos guetos impostos pelos racismo e machismo.
Tanto no exercício de suas funções de pesquisadora como enquanto autoridade pública, sempre primou pela capacidade de diálogo; pelo reconhecimento das diferenças e dos conflitos que lhes são próprios; pela honestidade, lucidez e coragem democráticas para enfrentá-los.
Por tanto e por tudo que a sua vida siginificou para as mulheres brasileiras, nosso adeus a Luíza é cheio de gratidão, respeito, admiração e enorme saudade.

NOTA DO GOVERNADOR DA BAHIA, RUI COSTA

“Negra, mulher e militante! Luiza Helena Bairros nos deixou na manhã de hoje.

Sua morte é uma grande perda para o Brasil. Ex-secretária de Promoção da Igualdade Social da Bahia e ex-ministra-chefe da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial do País, Luiza, em toda sua trajetória, prestou importantes contribuições ao povo brasileiro, lutando sempre pela igualdade racial e o combate a contra as mulheres.

Fomos colegas de governo, e pude acompanhar de perto os progressos conquistados em prol das mulheres baianas. Que as bandeiras defendidas por Luiza Helena sigam presentes em nossa luta, porque ainda há trabalho a fazer para acabar com a discriminação e com a violência. Deixo meus votos de pesar à família e aos amigos.”

NOTA DA PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF

“Hoje é um dia triste para todos do movimento negro e daqueles que lutam pela igualdade racial no Brasil. A morte da querida Luiza Bairros, ex-ministra da Promoção da Igualdade Racial em meu primeiro governo, deixa a todos nós muito consternados.

Luiza foi uma incansável militante da causa negra e da democracia brasileira. Sua obra permanece viva e continua sendo um símbolo da luta contra o preconceito e em favor das melhores causas da vida política nacional.

Meus sentimentos à família, aos amigos e companheiros de luta. Estejam certos que sua lembrança guiará a todos nós na luta pela igualdade racial e de gênero. Sempre nos sentiremos honrados pelos anos de convívio com Luiza Bairros.”

Luiza Bairros 2 www.geledes.org.br

Foto: www.geledes.org.br

ANOTE AÍ:

O corpo de Luiza será velado nesta quarta-feira, a partir das 15h, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O sepultamento será na quinta feira, 14 de julho, às 15 horas, no Cemitério João XXIII, em Porto Alegre.

“Luiza Bairros plantou tão fundo a consciência racial que essa semente vai brotar e prosperar”.  Maria do Rosário (PT-RS)

Luiza-Bairros www.palmares.gov.br

 Foto: www.palmares.org.br
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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