Escárnio dos Filósofos Pagãos (Hérmias, o filósofo)

Escárnio dos Filósofos Pagãos (Hérmias, o filósofo)
 
Esta obra “Escárnio Dos Filósofos Pagãos” é de um apologista, do qual se sabe muito pouco. Mas por análise do , sua temática e, principalmente, sua semelhança com alguns apologistas do século II, como Taciano, que são contrá à Grega, parece mais convincente situá-lo no final desse século. Hérmias procura demonstrar, mesmo se tratando de um tratado bastante curto, a nulidade da Filosofia pagã, explanando, de forma muito sarcástica e irônica, as condições de seus ensinamentos.
 
Os seus ensinamentos são apresentados seguindo uma estrutura básica:
a)      a essência de Deus;
b)       do mundo,  e
c)       da alma.
 
Ele se revela como um filósofo muito hábil, de estilo irônico, o qual ridiculariza seus adversários como Platão e Aristóteles. Desta forma, o centro do seu tratado versa sobre as contradições dos vários filósofos, todavia, a obra não apresenta explicitamente nenhuma ideia original do autor, senão quando diz: “parece-me que a sabedoria deste mundo começa com a apostasia dos anjos”.
 
A obra me chama a atenção porque trata de assuntos principais da Filosofia como a essência de Deus, mundo e alma, por exemplo, de uma forma muito superficial, mas irônica. É, pois, esta ironia presente na obra que dá ao filósofo a possibilidade de ser um retórico hábil, sem tampouco utilizar a filosofia como profissão. Isso deixa transparecer a causa de sua ironia: as contradições de opiniões de filósofos que se destroem uns aos outros.
 
A destruição dos filósofos é notória quando cada um lança sua opinião sobre um mesmo tema. E, claro, cada um vai defender sua ideia por meio de recursos diversos: a retórica, a persuasão etc. Porque os pensadores têm suas doutrinas, as quais são por eles defendidas.
Assim sendo, Hérmias continuará sendo um eterno cético, pois não encontrará ninguém para mostrar-lhe a unidade das coisas e das ideias. Ele continuará dizendo: “se encontraram a verdade, estejam ou ponham-se de acordo e eu de boa vontade lhes darei crédito”.
 
Isso porque todas as coisas que estão na realidade são passíveis de . Reflexões essas que ão ser feitas através dos múltiplos princípios para tentar explicar a realidade ou por meio de conceitos como Deus, mundo, alma.
 
Em fim, diante de tanta contradição que existe em relação aos princípios, resta-me para a minha vida e observar que há uma multiplicidade de pensamentos. Mas é mesmo no contato com tantas formas de pensar que Deus me chama a dar exemplo de Cristão. Assim, o que fica para mim como um sacerdote é que mesmo com tantas disparidades de pensamentos, o que eu devo transmitir não é mais um pensamento entre os outros, senão, propagar o que é o verdadeiro ensinamento da Igreja. Se eu proceder dessa forma, não estarei assumindo as palavras de Hérmias quando diz, referindo as contradições dos filósofos, que  “o objeto deles é incomprovável e inútil, pois não é confirmado por nenhum fato, nem por nenhum raciocínio claro”.
 
 ANOTE AÍ:
 
 
Padre Joacir   d’Abadia, Pároco de Alto Paraíso]☆
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Filósofo, Escritor, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel e Licenciando em Filosofia, membro da “Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano” (ALANEG) e da “Casa do Poeta Brasileiro”,  autor do mais recente livro “A Incógnita de Cully Woskhin” (Palavra e , 2018.
 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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