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ESPÉCIES EM RISCO DE EXTINÇÃO IDENTIFICADAS NA SERRA DO PARANÃ

ESPÉCIES EM RISCO DE EXTINÇÃO IDENTIFICADAS NA SERRA DO PARANÃ

Oito espécies de animais em risco de extinção são identificadas em área na Serra Geral do Paranã (GO)

Em área monitorada por ONG há 4 anos, na Serra Geral do Paranã, criou-se ambiente mais seguro para trânsito de animais selvagens e, inclusive, para a procriação de onças. Propriedade privada sedia estudos para tornar fauna e flora do Cerrado mais conhecidas pela sociedade.

Por AD 4nXfsTsyssdRGr6x1s0jRzy7IVKJE4gzzucEwUo

Oito espécies de animais selvagens em risco de extinção no Cerrado foram identificadas em uma extensa área, na Serra Geral do Paranã, que liga o Distrito Federal (DF) à Chapada dos Veadeiros (GO), entre os quais, o lobo-guará – o maior e mais belo canídeo selvagem que vive no – e as onças pintada e parda.

Esses animais têm sido alvos de caçadores ilegais, sendo seu habitat violado pela degradação e incêndios por parte de terceiros. O cenário de alto risco, no entanto, tem mudado positivamente desde 2020, graças às ações de uma ONG, sem fins lucrativos, fundada por descendentes de um fazendeiro do DF e por um grupo de voluntários de vários estados.

Com uma paisagem de tirar o fôlego de tão bela, a Serra Geral do Paranã se estende do norte do DF ao de Goiás, atravessando municípios goianos como , Planaltina de Goiás, São João D’Aliança e Alto Paraíso de Goiás. O Instituto José Menck de Pesquisa Ambiental realiza ações de proteção e conservação ambiental em uma área de 400 hectares – equivalente a 400 campos de futebol gramado – contígua à fazenda da família.

Neste “corredor ecológico” de quase 7 km de distância no alto da Serra Geral do Paranã o Instituto tem promovido e estimulado pesquisas científicas para identificar as espécies de médios e grandes mamíferos, as que estão em risco de extinção, além da flora, como a canela-de-ema, que tem uso medicinal.

As ações do Instituto contribuíram para tornar aquele ambiente mais seguro para os animais silvestres transitarem e até procriarem, conforme constataram biólogos que atuam no local.

“A fazenda planta soja, trigo, sorgo e milho. É propriedade da família desde 1969 e, desde então, agimos para que o uso da área seja sustentável. Mantemos e protegemos uma extensa área com vegetação nativa. O Instituto tem a missão de realizar a pesquisa ambiental e atua sempre com o envolvimento e apoio da fazenda”, conta José Thadeu Menck, um dos filhos e herdeiro do patriarca José Menck, que está à frente do Instituto que leva seu nome.

Segundo ele, o acesso a uma área de 7 hectares, na ponta sudoeste da fazenda, sempre foi liberado ao público pela família, no entanto, abusos contra o meio ambiente e contra o pessoal da fazenda passaram a se tornar graves problemas, que demandavam uma solução para pôr fim a essas interferências por terceiros. 

A etapa inicial das ações de contenção dos danos, diz ele, foi efetivar um controle mais rígido de acesso à propriedade e adotar plano de uso sustentável da área, com proibição de circulação de veículos e de descarte de lixo e de outras formas de .

Em seguida, a constituição do Instituto proporcionou avanços adicionais para inibir e até interromper as situações críticas, bem como promover a pesquisa e a recuperação das áreas que estavam sendo degradadas por terceiros.

ESPÉCIES EM RISCO DE EXTINÇÃO IDENTIFICADAS NA SERRA DO PARANÃ

Legado ambiental para futuras gerações

“Nosso pai sempre teve a preocupação com a proteção do meio ambiente, em especial por ser fazendeiro e compreender que o agro só existe, só produz, só é competitivo se agir para proteger e preservar o meio ambiente. Sem um meio ambiente saudável, não há água, não há solo fértil, não há clima”, diz.

Segundo ele, o Instituto tem o propósito de construir um legado ambiental para as futuras gerações que frequentarem a Serra Geral do Paranã, “além de demonstrar, na prática, que o agronegócio é parceiro de primeira hora do meio ambiente”, acrescenta.

Biólogos flagram onças se reproduzindo no Cerrado

O esforço de pesquisa,  preservação e proteção da área por parte do Instituto José Menck já permitiu um ambiente de maior tranquilidade para a procriação de onças.

“Com a parceria dos biólogos da organização ‘ é o Bicho’ filmamos e fotografamos as onças adultas e os novos filhotes, além de identificarmos outros animais em risco de extinção, entre várias espécies”, diz José Thadeu.

Foram identificadas 20 espécies na área, sendo:

8 em risco de extinção, conforme o Livro Vermelho das espécies brasileiras ameaçadas de extinção, MMA 2018: tamanduá bandeira; ; queixada; veado campeiro; lobo-guará; ; onça parda e raposinha-do-campo;

12 outras espécies: anta; cachorro do mato; caititu; gato-do-mato; irara; jaguatirica; jaritataca; tamanduá-mirim; tatu-peba; veado mateiro; veado catingueiro; capivara.

Com maior controle de acesso à área preservada, a pesquisa promovida pelo Instituto José Menck, em parceria com o Brasília É O Bicho, constatou aumento significativo de presença de diferentes espécies de animais.

Em 2019, em um dos pontos onde foram instaladas câmeras fotográficas, foram registrados 20 animais silvestres em um período de 60 dias. Em igual lapso de em 2024 e no mesmo local foram fotografados e filmados cerca de 70 animais silvestres diferentes.

ESPÉCIES EM RISCO DE EXTINÇÃO IDENTIFICADAS NA SERRA DO PARANÃ

Área sediará outros estudos acadêmicos e pesquisa

Este avanço do Instituto em 4 anos, que deixou para trás um cenário de insegurança ambiental causada por terceiros, é a fase inicial para que, em breve, a família Menck promova uma maior abertura sustentável da área à visitação do público do DF e de Goiás, além de turistas e estudantes das redes de ensino. Atividades de observação e de ensinamentos sobre a fauna e a flora estão nos planos do Instituto José Menck.

“Também vamos estimular o incremento da pesquisa acadêmica por biólogos e outros profissionais, interessados em estudos sobre a fauna e a flora da região. Futuramente teremos um centro de pesquisas próprio em Alto Paraíso (GO) e, assim, vamos colaborar para ampliar a pesquisa do bioma Cerrado”, afirma.                                 

ESPÉCIES EM RISCO DE EXTINÇÃO IDENTIFICADAS NA SERRA DO PARANÃ

NOTA DA REDAÇÃO: Release, acompanhado das imagens, recebido de Fernanda Nalon/Profissionais do Texto (atendimento1@ptexto.com.br). A não recebeu nenhum valor financeiro pela publicação desta matéria. A informção foi publicada devido à sua relevância para a proteção do Cerrado e do Meio Ammbiente região da Serra Geral do Paranã. 

A SERRA GERAL DO PARANÃ

A Serra Geral do Paranã se inicia na divisa norte do DF com o município goiano de Formosa. Essa marcante formação se estende por cerca de 200 quilômetros rumo ao norte até a cidade de Alto Paraíso de Goiás.
 
Essa serra acaba funcionando como um relevante refúgio para a vida selvagem do bioma Cerrado na região do “Vão do Paranã”, um extenso corredor ecológico natural que conecta a Chapada dos Veadeiros aos remanescentes de Cerrado do entorno do Distrito Federal.
 
Nosso novo projeto pretende revelar as belezas da Serra Geral do Paranã, bem como, a sua rica .
 
Nos campos limpos que margeiam o desnível da serra podemos encontrar uma das mais belas espécies de cervídeos da América do Sul, bem ativos durante o dia, os ameaçados veados-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) ainda podem ser encontrados nesses campos, sobretudo, nas áreas onde a pressão da caça é menor, controlada pelos fazendeiros da região contra a atividade.
 
Confira o vídeo da Serra Geral do Parnã no YouTube: https://youtu.be/2vrNLHxDWbQ
 
ESPÉCIES EM RISCO DE EXTINÇÃO IDENTIFICADAS NA SERRA DO PARANÃ
Serra Geral do Paranã – Foto: mochileiros.com
 
 
 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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