MATIZES DUMONT NO MUSEU DA REPÚBLICA EM BRASÍLIA

MATIZES DUMONT NO MUSEU DA REPÚBLICA EM BRASÍLIA

Matizes Dumont no Museu da República em Brasília

Exposição “Entre Rios – Entre nós” no Museu da República em Brasília

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O conjunto de bordados da exposição é um registro poético-visual que simboliza a luta pelos valores humanos, sociais e ambientais e cumpre a função da arte de educar e mobilizar o visitante para mergulhar nas águas da sensibilidade e da convivência harmoniosa com a natureza.

Coleção de telas bordadas pelo grupo Matizes Dumont – “O rio que mora em mim”

A exposição percorre os caminhos da memória e da revitalização de saberes, dialoga e fortalece a cultura e o patrimônio imaterial brasileiro, a biodiversidade, contribui para ampliar a discussão em torno da água e da busca da paz.

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Abertura da Exposição – Obra “Festa na beira d’água

A exposição apresenta duas partes:

  1. O rio que mora em mim: Produção criativa de autoria do  Grupo Matizes Dumont, um registro da vida na beira d’água em forma de 16 telas bordadas em diferentes técnicas;

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Painéis bordados pelo grupo Matizes Dumont

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Obra: “Rio São Francisco”    

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Obra: “O menino e a bicicleta”

  1. Gente Que Borda Entre Rios – Além das obras do grupo Matizes Dumont a exposição conta também com 16 painéis bordados por participantes de projetos sociais em comunidades ribeirinhas e por pessoas que se movimentam para proteger as águas.

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 Painéis bordados pelos participantes dos projetos sociais

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O trabalho “Gente que Borda Entre Rios” vem sendo realizado em diferentes momentos e tem (a)bordagem e motivos criados pela realidade. É um movimento iniciado em 1999 na região do Rio São Francisco durante oficinas do Caminho das Águas e vem sendo ampliado e pespontado silenciosamente durante oficinas com grupos de mulheres interessadas em bordar águas, bordar a vida em várias regiões brasileiras até os dias de hoje em 2018 durante o desenvolvimento do Projeto Entre Rios.

Projeto Entre Rios é uma ação de Educação Ambiental coordenada pela Ñanduti Planejamento Projetos em parceria com Matizes Dumont.

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Fonte: matizesdumont

Imagem de capa: quadro “Na beira do rio”.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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