A 2a Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo MST, aconteceu na semana passada, entre os dias 4 e 7 de maio, no Parque Água Branca em São Paulo. Um sucesso, a Feira contou com a participação de cerca de 500 agricultores e agricultoras, de todas as regiões de o Brasil. Do ponto de vista econômico, nos quatros dias de Feira foram comercializadas 250 toneladas de alimentos saudáveis.
Um dos grandes destaques da Feira Nacional foram os alimentos orgânicos, produzidos sem agrotóxicos por famílias de Assentamentos e Acampamentos da Reforma Agrária em todo o Brasil, mostrando ao país a viabilidade da produção sustentável e o compromisso do movimento com a sustentabilidade. Chamou a atenção, também, a cerveja artesanal de boa qualidade e a variedade dos itens de higiene e beleza, como os sabonetes e hidratantes.
Além de um grande público externo, que incluiu desde os admiradores dos shows com muita viola até as palestras sobre consumo consciente, meio ambiente e qualidade de vida, a Feira contou também com a participação ativa de militantes e pesquisadores dos direitos humanos e da luta no campo, pela regularização, por mais áreas, pelo fim da violência e por mais apoio à produção da agricultura familiar.
Também se solidarizaram e passaram pela Feira, em vários momentos. várias personalidades brasileiras e internacionais, culminando em um grande encontro no sábado pela manhã, com a presença de Alexandre Padilha,Bela Gil, Letícia Sabatella,João Pedro Stedile e o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica contra. As cinco mil pessoas que participaram deste encontro ouviram, de todos, mensagens de apoio e estímulo.
Tratou-se também, de forma especial, a questão dos transgênicos e do uso dos agrotóxicos, já que somos o primeiro país do mundo no uso de pesticidas, e nossa população é envenenada com uma média de cinco litros de veneno por ano. A ONU afirmou que os agrotóxicos são responsáveis por 200 mil mortes por intoxicação aguda a cada ano, e aponta que mais de 90% das mortes ocorreram em países em desenvolvimento e colocou como mito a ideia de que pesticidas são vitais para garantir a segurança alimentar.
Par aos organizadores da Feira, o nosso processo produtivo precisa ser reavaliado para que seja justo e saudável, razão porque a Reforma agrária precisa ocorrer em amplitude, pois só assim teremos como consumir alimentos produzidos com qualidade, uma vez que os supermercados e grande lojas de vendas de alimentos possuem quase que exclusivamente ofertas de produtos alimentícios com transgênicos e/ou regados de agrotóxicos.
Felizmente, agora temos a voz da ONU apoiando essa causa que é do MST, da Agricultura Familiar, mas também é nossa, e uma plataforma #chegadeagrotoxicos que tem como objetivo envolver a população em pressões pela aprovação do Projeto de Lei 6670/2016, que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA)e também barrar o avanço do Pacote do Veneno, composto por projetos que revogam atual legislação do setor, mais um retrocesso em andamento.
Para participar basta acessar e assinar: www.chegadeagrotoxicos.org.br.
Fotos da Feira Nacional da Reforma Agrária: CTB