Golpe com G maiúsculo quer eliminar Temer para eliminar Lula

Golpe com G maiúsculo quer eliminar Temer para eliminar Lula –

Por Juliano Santos no Jornal GGN

Comentário referente ao post “Xadrez do pós-Temer e as eleições, por Luis Nassif”

Acho que a estratégia do Golpe, o com G maiúsculo, é até simples, mesmo dentro dessa parafunda toda. Levar o centro, a centro- e parte da esquerda a fazer o voto útil no Alckmin para impedir o apocalipse now Bolsonaro.

Nessa estratégia, o golpe com g minusculo é descartável. Já foi até onde pôde. A reforma da previdência, venda da Petrobrás, Eletrobrás, Caixa, BB, casa da moeda e o próprio Palácio do Planalto em que Alckmin terá que pagar aluguel para os chineses, fica para a privataria tucana II, chamada também “a queima de estoque, o patrão ficou maluco!”

Só que o golpinho minúsculo também é um entrave. Essa cambada tem um instinto de sobrevivência vitaminado. Não vão ficar inertes a serem transformados em bagaça de laranja. Pelo andar da carruagem, como quer o Golpe global, essa camarilha toda terá que ficar na prisão, mesmo que para justificar a do .

Só que MT e turma não irão passivamente para a forca. Sendo assim, o Golpe global terá contra si alguém que ainda tem a caneta e não tem limite em usá-la.

No outro lado, a eliminação de Lula, mesmo que preso, não é tão simples. A repercussão mundial ao atentado foi forte. Lula cresce como liderança mundial, no âmbito da geopolítica global. Ele acaba de dar uma entrevista ao Rafael Correia para um jornal Russo. Se colocou francamente como lider anti-imperialista à nível mundial, como voz da AL e terceiro . E tem respaldo para isso.

Prender Lula, colocá-lo numa solitária, amordaçado como o Antony Hopkins no “Silêncio dos inocentes”, pode até diminuir sua influência nas de 2018. Mas vai potencializar sua liderança geopolítica como referência de toda a esquerda mundial. Será o novo Mandela.

E como consequência o golpe ganhará a dimensão de um apartheid. E nesse contexto não existe voto útil em Alckmin. Ele e Bolsonaro serão a mesma coisa, sul-africanos brancos opressores de negros pobres.

Fontehttps://jornalggn.com.br/noticia/golpe-com-g-maiusculo-quer-eliminar-temer-para-eliminar-lula-por-juliano-santos

  Lula aredacao.com .brFoto: Acervo Lula

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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