Governo Lula levará internet para todas as escolas
Ministro da Casa Civil indica que o governo deve lançar programa para tornar 100% das escolas com banda larga, avançando a conectividade, principalmente, para áreas rurais.
Por Portal Vermelho
No que depender do governo Lula todas as escolas públicas do país estarão conectadas por internet banda larga até o final do mandato, em 2026. A informação foi dada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, na quinta-feira (15), após reunião ministerial no Palácio do Planalto.
Aos jornalistas o ministro destacou que o projeto deve envolver as pastas da Educação e Comunicações, além de contar com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.
Sem dar uma data, mas com indicativo de que o projeto possa ser lançado junto aos diversos eixos do ‘PAC 3’ (Programa de Aceleração do Crescimento,) a iniciativa que torna as escolas públicas, inclusive as rurais, conectadas, é previsto para julho.
De acordo com informações trazidas pela Folha, 94% das escolas públicas de ensino básico possuíam acesso à internet em 2022 conforme aponta o Gape (Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas) da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Ao se considerar somente áreas urbanas o percentual é de 98,8% de um universo de 82.233 escolas. Já na área rural a conectividade alcança 86% das 52.122 escolas.
Roraima, Amazonas e Acre são os estados que tem menor percentual de escolas com banda larga, respectivamente 32%, 36,8% e 45,5%.
*Informações Agência Brasil e Folha. Edição Vermelho, Murilo da Silva.
Fonte: Portal Vermelho Capa: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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