“Grevista não é Bandido!”
Em nota, Deyvid Bacelar, diretor da FUP (Federação Única dos Petroleiros), respondeu à decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que considerou a greve ilegal. “Fábricas fecharão, refinarias se tornaram armazéns de derivados importados, e navios e plataformas serão todos feitos no exterior, assim como seus trabalhadores,” diz Bacelar, que atribui o ataque à greve ao fato de que existe “enorme uma vontade de destruir a Petrobrás, em favor das grandes empresas do petróleo, não e nova.” Mas a decisão de Ives, em 17 de fevereiro é uma novidade, e uma variável a mais, completa. Leia a íntegra da nota de Deyvid Bacelar:
GREVISTA NÃO É BANDIDO!
A decisão do ministro Ives Gandra, do TST, que autoriza a Petrobrás a “sanções disciplinares” contra os grevistas é um caso à parte.
Trata-se de um jabuti no alto da árvore. Mas, diferentemente da anedota, todos sabem quem colocou o bicho lá.
A enorme vontade de destruir a Petrobrás, em favor das grandes empresas do petróleo, não e nova. Mas a decisão de Ives, em 17 de fevereiro é uma novidade, e uma variável a mais.
A GREVE COMEÇOU…
porque a Petrobrás assinou, em 4 de novembro de 19, cláusula coletiva se comprometendo a não promover demissão em massa, e… demitiu. Quando assinou o acordo, a empresa já havia se decidido por fechar a Araucária Nitrogenados (Fafen-PR), e demitir em massa seus empregados. Mentiu!
Esse é o primeiro precedente que será firmado, se os grevistas recuarem:
TODA EMPRESA QUE ASSINAR ACORDO PARA NÃO DEMITIR EM MASSA, ESTARÁ AUTORIZADA A DEMITIR EM MASSA!
E perversamente a autorização para violar acordo assinado, demitir em massa, desempregar e desindustrializar, é dada pelo próprio TST, o mesmo tribunal onde o acordo foi assinado!
PRECEDENTE PARA PERSEGUIÇÃO POLÍTICA
Ao mesmo tempo a decisão de Ives, quando “autoriza” a punição disciplinar de grevistas, rompe com a jurisprudência trabalhista para permitir a comunicação entre o julgamento da greve e os contratos individuais dos grevistas.
Doravante qualquer grevista poderá ser punido por fazer greve. Nada mais afinado com o Fascismo brasileiro, que queima livros e persegue professores e cientistas.
Fábricas fecharão, refinarias se tornaram armazéns de derivados importados, e navios e plataformas serão todos feitos no exterior, assim como seus trabalhadores.
OPÇÃO FINAL
No cenário que Ives constrói o trabalhador poderá optar:
– ser demitido com o fechamento de seu local de trabalho e a desindustrialização;
OU – ser demitido lutando contra isso.